A crise hídrica que atinge Minas Gerais, o medo de uma “invasão” de foliões e o corte de verbas fizeram com que pelo menos 14 cidades no Interior do Estado cancelassem o Carnaval. Doze das 14 cidades ficam na região Centro-Oeste de Minas. Com a seca que atinge Minas desde o início do ano, os municípios optaram por não ter as festas, já que nesse período o número de turistas faz com que o consumo de água aumente muito.
O cancelamento das cidades por causa da crise hídrica levou outros municípios do entorno a também optaram por suspender as festas já que poderia haver uma migração de foliões e com isso aumentar muito o fluxo de público, fazendo com que essas cidades não tenha segurança ou estrutura para receber a “invasão” desses foliões.
Nesta sexta-feira (23) Carmo Da Mata suspendeu a folia por esse motivo. De acordo com a assessoria de imprensa da cidade, como vários municípios em seu entorno também cancelaram as festas, Carmo da Mata optou por fazer o mesmo, já que haveria dificuldades de segurança e também poderia causar problemas aos moradores da cidade.
Outra cidade exemplo desse mesmo motivo é Passatempo, também no Centro-Oeste de Minas. Por meio de nota publicada no Facebook da cidade, a prefeitura da cidade informou que “se o município realizasse sozinho não comportaria o fluxo de pessoas, colocando em risco a segurança tanto da população quanto dos visitantes. Outro motivo foi a provável falta de água que poderia ocorrer nas festividades. A situação atual de abastecimento de água no município está em sinal de alerta”, afirma o texto. Carmópolis de Minas, na mesma região também cancelou pelo mesmo motivo.
Além desse problema, o corte de gastos é o outro motivo para os cancelamentos. Dos 14 cancelamentos, quatro tiveram como problema primário o racionamento da água: Itaguara, na região metropolitana da capital, Oliveira, Itapecerica e São Gonçalo do Pará ambas na região Centro-Oeste da cidade.
Saiba um pouco mais sobre os cancelamentos em cada cidade:
Por causa da água:
Itaguara
Itaguara, na região metropolitana de Belo Horizonte divulgou um comunicado na última quinta-feira (22), no site da prefeitura da cidade anunciando que neste ano não haverá folia já que a cidade passa pela pior crise hídrica de sua história.
Ainda segundo o comunicado, a cidade está prestes a ter que adotar um rodízio de água e por isso não é possível receber os foliões durante o período do carnaval, já que o número de pessoas na cidade aumenta muito e não há capacidade para atender a demanda.
Itapecerica
A cidade de Itapecerica, no Centro-Oeste de Minas, suspendeu o tradicional “Carnaval Itabeleza 2015” por causa do racionamento de água nos próximos dias. Um comunicado foi divulgado pela prefeitura explicando que a cidade não poderia receber mais pessoas durante o feriado. O município já está com escassez de água por causa de uma baixa nos níveis das represas e se recebesse um número grande de turistas a situação se agravaria muito.
Oliveira
A cidade que fica também na região Centro-Oeste de Minas resolveu cancelar a folia por três motivos: a crise hídrica, a segurança e o excesso de turistas que poderia receber. Com 41 mil habitantes, a expectativa é que mais 15 mil chegassem a cidade. A vazão do rio que já estava baixa na cidade poderia ficar ainda pior. No ano de 2014 já faltou água durante a folia.
São Gonçalo do Pará
Mais uma cidade da região Centro-Oeste de Minas que cancelou a folia por prevenção, para evitar que falte água e também por questões financeiras, já que a principal festa da cidade é o rodeio e ela será priorizada. De acordo com a assessoria de imprensa do município, no ano passado faltou água na cidade no período do Carnaval. Ainda não falta água na cidade, mas a medida é tomada como precaução.
Por medo de excesso de foliões:
Carmópolis de Minas
Na região Centro Oeste, a cidade também anunciou nesta quinta-feira (22) o cancelamento das festividades pelo mesmo motivo de Passatempo. “cabe salientar que além dos problemas com a aglomeração de foliões, o município está se precavendo de possíveis racionamentos ou falta de água como os vivenciados por vários Municípios, devido ao baixo volume de chuvas”, informou o município por meio de nota.
Cláudio
Cláudio, na região Centro-Oeste, foi o primeiro município a cancelar a folia no Estado. De acordo com a assessoria de imprensa, o município optou por fazer um corte de gastos. Ainda por meio da assessoria, a prefeitura da cidade informou que vai resgatar as antigas festas nesse período fazendo um pré-Carnaval, que consiste em festas nos dias 30 e 31 de janeiro. Neste ano a festa na cidade será com as bandas Sambô e Molejo. Segundo o executivo o Carnaval na cidade não tem muita adesão.
Matheus Leme
O município, na região Central do Estado, suspendeu a festa por causa do corte de gastos.De acordo com o prefeito Marlon Guimarães, a não-realização do evento vai permitir uma economia de R$ 300 mil para os cofres da cidade – que tem 30 mil habitantes e é única responsável por custear as festividades.
Formiga O município de Formiga, na região Centro-Oeste passa pelo mesmo problema. Sem recursos e enfrentando uma crise financeira, a cidade suspendeu a festa e vai economizar cerca de R$ 200 mil sem a folião.
Santa Maria de Itabira Também no Centro-Oeste, a cidade decidiu pelo cancelamento por causa do enfrentamento de uma crise financeira. O município preferiu manter em dia o pagamento dos servidores e evitar o endividamento do executivo.
Arcos Em Arcos, na região Centro-Oeste, também está com o orçamento baixo e não vai realizar a folia. De acordo com a prefeitura da cidade, várias economias estão sendo feitas no município. O executivo informou ainda que a economia será investida em saúde e em educação
Piracema Também na região Centro-Oeste a folia da cidade foi cancelada, já que o município enfrenta dificuldades financeiras. Segundo informado pela prefeitura da cidade está havendo um corte máximo de despesas e sendo priorizado o pagamento dos servidores.
São Francisco de Paula Cidade no Centro-Oeste também está com problemas financeiros e não vai realizar a folia. A reportagem de O TEMPO tentou contato com a prefeitura da cidade, mas foi informada que os responsáveis estavam em reunião e não recebeu retorno.
Com fotos e informações do jornal O Tempo
Publicado em 27/01/2015
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