Levantamento mostra ainda importância dos pais na proteção aos adolescentes. No país, estudo revela que iniciação ao álcool é feita hoje aos 12 anos
Dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) mostram que de maneira geral, os jovens começam a fazer uso de bebidas alcoólicas aos 12 anos. Em contexto regional, um estudo desenvolvido em três escolas estaduais de Juiz de Fora e Rio Pomba pelo Centro de Referência em Pesquisa, Intervenção e Avaliação em Álcool e Outras Drogas da UFJF (Crepeia) aponta que, numa amostra de 250 alunos, entre 14 e 19 anos, 56% haviam usado álcool nos 30 dias anteriores ao levantamento, enquanto 30,8% já tinham se embriagado.
Pela nova legislação, já em vigor, o comerciante que vender a bebida ao menor de 18 anos terá que pagar multas que variam entre R$ 3 mil e R$ 10 mil, além de estar sujeito a detenção de dois a quatro anos.
Influência
A pesquisa mapeou ainda a influência dos pais nessa decisão. Foi possível constatar que há 61% de proteção para os adolescentes com mães que acompanham suas atividades, mas ao mesmo tempo promovem sua autonomia. Se for levada em conta apenas a faixa dos adolescentes de 14 a 15 anos, a proteção sobe para 66% no caso daqueles que têm mães que os acompanham mais de perto. Um dos pesquisadores é o coordenador do Crepeia, Telmo Ronzani, que analisa que o acompanhamento dos pais é uma das formas mais eficazes para se reduzir o consumo precoce. “Não é fácil ser adolescente e não beber, principalmente quando há uma ameaça de isolamento por parte dos amigos. No acompanhamento que fazemos nas escolas, mostramos a eles que não precisa ser um abstenho durante toda a vida, mas saber lidar com o consumo de álcool. É preciso fazer uma conscientização do jovem sobre comportamentos de risco, principalmente quando se trata de consumo de outras drogas e de sexo sem prevenção”, sugere.
Criminalizar a venda nem sempre resolve
Segundo os pesquisadores, criminalizar a venda pode não ser o caminho mais adequado para corrigir o problema, tendo em vista que a coisa toda é cultural, e precisa ser combatida de outra maneira, através de campanhas educativas e apoio dos pais e sociedade.
As leis existem, mas na verdade cumpri-las é algo mais complicado tendo em vista que o consumo de álcool começa em casa.
Com informações do Jornal Tribuna de Minas
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