Aconteceu na noite de ontem (21) a Quarta Sessão Ordinária da Câmara Municipal, reunião com grande público (em determinado momento, chegou a faltar cadeiras para tanta gente) e extremamente agitada.
No início da reunião, Daniela Ladeira, farmacêutica responsável pela farmácia popular da Prefeitura, subiu à Tribuna para responder questionamentos feitos em reuniões anteriores à respeito da falta de remédios na cidade. Segundo ela que está no cargo a 3 mandatos eleitorais, o Estado sempre atrasou na entrega dos medicamentos, nunca foi pontual, porém na época do Prefeito Gustavo tinha-se um grande estoque de medicamentos e aí não se percebia os atrasos, o estoque diminuiu com Liu mas havia uma facilidade nas compras e isso também supria esses atrasos, agora com Juninho ainda não conseguem comprar os medicamentos e não tem um grande estoque, então dependem dos que vem do Governo do Estado e isso tem ocasionado falta, situação que segundo ela deve ser normalizada em breve. A farmacêutica ainda ressaltou que remédios da farmácia popular não se tem mais de propósito, para que as pessoas os retirem gratuitamente nas farmácias comerciais, e que hoje há na cidade um direcionamento preferencial para compras de remédios de alto valor na cidade, coisa que não acontecia antes.
Daniela ainda respondeu a um questionamento dos Vereadores, que foi encaminhado a ela pelo líder do Governo, Vereador Lourival, pelo fato de que na administração anterior motoristas da Prefeitura e agentes de saúde retiravam remédios para moradores da zona rural e hoje não podem fazer. Segundo ela, isso foi um pedido direto do novo Secretário de Saúde a quesito de reorganização e que está sendo estudada uma forma da população das comunidades rurais não serem prejudicadas.
Em seguida, Marcio Ladeira, Secretário de Agricultura Abastecimento e Meio Ambiente, subiu à Tribuna para dar explicações referentes à usina de reciclagem e a denúncias feitas sobre a destinação incorreta do lixo. Dias atrás, fotos foram postadas no facebook e mostravam lixo sendo enterrado pois não conseguiram tria-lo corretamente em tempo hábil. O Secretário afirmou que recebeu a usina em condições ruins, que no fim do último mandato o local não teve o devido cuidado, que teve problemas ainda com falta de pessoal no início do ano e que ao longo desses 3 meses de Governo a situação vem sendo regularizada, ele chamou de “oportunismo” as fotos feitas do lixo sendo enterrado, que aquilo acontecia também na Administração anterior e que não entendia a necessidade daquele “carnaval” nas redes sociais, que bastava que o denunciante o procurasse e seria esclarecido. Ele ainda comentou sobre os bota-foras mostrados pelo Prados Online em matéria recente e outros pontos na cidade que serão capinados, que estão sendo regularizados.
Foram lidos vários projetos do Executivo e foram votados dois, os Vereadores aprovaram a subvenção para a Lira Ceciliana no valor de R$20Mil e com emendas solicitadas pelo Vereador Daniel Carvalho, aprovou-se a formalização do convênio entre Prados e UFSJ que trará médicos residentes para a cidade. Esses médicos vem em ótima hora, já que o programa “Mais Médicos” tende a acaba e os seus profissionais deixarão a cidade.
Diminuição dos salários dos Vereadores
Chegou o momento de ser apresentado na sessão o polêmico projeto do Vereador César Cabeção, que visava diminuir os subsídios (salários) dos Vereadores dos atuais R$1.520,00 para R$970,00.
O projeto já tinha um parecer preliminar desfavorável do ponto de vista Jurídico e Constitucional, isso se confirmou e diante de todos o Vereador Daniel Carvalho, Relator da Comissão de Legislação, Justiça e Redação da casa, leu um extenso documento que mostrava que perante a Constituição Federal, Estadual e Lei Orgânica do município, o projeto era inconstitucional, resumindo, por dois motivos:
Assim, o projeto foi vetado e não pode ser votado, mas pode ser comentado pelos Parlamentares. Daniel ainda acrescentou que o projeto pode ser votado daqui a 3 anos, e isso será constitucional e merece ser apreciado para a próxima Legislatura.
Em seguida o próprio Vereador César, autor do projeto afirmou que seu projeto era inconstitucional sim, que não havia o que falar quanto a isso após a explanação de Daniel, mas que não era imoral, que não era ilegal, que ele estava triste por não poder aprova-lo naquele momento, uma economia de quase R$400 mil para o município em 4 anos, mas estava de cabeça erguida por estar honrando com seu mandato, e que perdeu a batalha mas não a guerra, que daqui a 3 anos ele volta com o projeto e acredita que o aprovará pois os Vereadores ficarão com medo de perder votos e aprovarão a diminuição.
O Vereador Lourival argumentou que entre as 18 cidades da região da AMVER, os Vereadores de Prados tem o segundo subsídio mais baixo, que não vê motivos para baixa-lo, e que o motivo da crise do país é roubalheira “lá em Brasília”, de todos os partidos, não seria justificativa para tal ação.
O Vereador Vagner Possa foi um pouco mais além, disse que o subsídio recebido pelos Vereadores de Prados é uma “mixaria”, que reduzi-lo seria um absurdo e ainda afirmou que o projeto do Vereador César era uma “covardia com os outros Vereadores” caso seja aprovado daqui a 3 anos, e que se ele prometeu em campanha, se ele é rico, que corte o próprio subsídio. O clima chegou a esquentar nesse momento, os Vereadores chegaram a discutir e foram contidos pelo Presidente da casa.
Os Vereadores não votaram o projeto, mas votaram o veto, e nesse momento apenas o Vereador César Cabeção foi contra o veto.
Vereadores subiram a Tribuna
O primeiro Vereador a subir na Tribuna foi César Cabeção, que reafirmou que estava triste por seu projeto não ser votado, mas feliz por tê-lo colocado em pauta, e que o projeto volta daqui a 3 anos, que ele não vai desistir, falou também da falta de varrição de rua em Pinheiro e capina por toda a cidade. Ele fechou comentando sobre uma reunião que acontece hoje (22) na Escola Dr. Viviano Caldas à respeito da reforma da previdência.
A Vereadora Vicentina reforçou o convite aos demais Vereadores para a reunião a respeito da reforma da previdência que acontecerá na Escola Dr. Viviano Caldas e fez ainda reivindicações a respeito de calçamento de ruas no jardim Primavera e melhorias no abastecimento de água da Estação de Prados.
O Vereador Daniel parabenizou a população da região pelas manifestações com relação à reforma da previdência e chamou a atenção do líder do Governo para um cadastro importante junto ao Ministério da Saúde, sem o qual o município deixa de receber recursos, e que segundo ele até a data de 20/03 Prados estava fora. Mais tarde ele ainda pediu a palavra para parabenizar a filha do Vereador Naninho, que teve seu artesanato cotado entre os 100 melhores do país segundo o Sebrae.
O Vereador Lourival subiu à Tribuna, reafirmou julgar justo o subsídio atual dos Vereadores e depois falou da usina de reciclagem. Ele mandou um recado direto ao Ex-Vereador José Diniz, responsável pelas fotos do lixo sendo enterrado, chamou de “maldade” a postagem e afirmou que não entende o motivo disso com 2 meses de Governo, que nas gestões anteriores o lugar não era essa maravilha toda que se diz por aí, afinal a Prefeitura foi multada por crimes ambientais.
O Vereador continuou, como líder do Governo, apresentou por escrito aos demais Vereadores (não foi falado por questões de tempo) justificativas referentes ao caso da gestante que teria que pagar R$100,00 por uma consulta fora de Prados e a respeito da caminhonete 4×4. À Vereadora Giselda ele afirmou que as questões relacionadas às taxas de água da AMAI já estão sendo revistas e por fim, falou diretamente ao Vereador César Velho afirmando que serão parceiros na questão do código de postura, que juntos vão brigar para que ele seja votado.
Ressaltamos aqui que nos momentos em que tiveram oportunidade de se manifestar, os Vereadores Cesar velho, Vicentina, Daniel Carvalho, Vagner Possa e Giselda se mostraram contra a reforma da previdência.
Publicado em 22/03/2017 às 09:41
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