Aos 10 anos de existência em São João Del Rei, o projeto de extensão Incluir que conta com uma academia de aparelhos adaptados constitui o fórum onde os alunos do curso de Educação física, Psicologia e Medicina, da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), vivenciam experiências práticas junto às pessoas que apresentam algum tipo de dificuldade de locomoção. Por meio do atendimento a membros da APAE, da associação Sagrado Coração de Jesus e moradores do Albergue, o projeto objetiva a melhoria na qualidade de vida dos grupos atendidos, além da humanização e consciência da natureza transdisciplinar da iniciativa.
Andréa Carmem Guimarães, Professora do curso de Educação física e Coordenadora do projeto, conta que, no momento em que os alunos passaram a ter um contato prático com a realidade de portadores de deficiência, notou-se uma grande comoção. Foi através do impacto entre diferentes realidades que surgiu a parceria com a Professora Maria Nivalda e o curso de Psicologia.
As adaptações não são complexas. Consistem em pequenos detalhes como um pino que, ao ser puxado desloca o banco para que a pessoa entre com a cadeira de rodas, luvas para que uma pessoa com hemiplegia, possuindo dificuldades de abrir as mãos, possa calçá-las e fazer um ciclo ergômetro além de uma base fixadora de cadeira de rodas. Com pequenos ajustes, os portadores de deficiência física ganham maior autonomia, sem necessitar de alguém que lhes carregue de um aparelho ao outro.
Tais modificações na aparelhagem despertaram o interesse do Comitê Paralímpico. Alguns aparelhos, que não existem em nenhum outro lugar no mundo, já foram patenteados e o próximo passo para o avanço das negociações é a criação de um portfólio. Caso o comitê não faça a aquisição, já há outras empresas interessadas em comercializá-los. “Esse é um mercado a que essas pessoas não têm acesso. O que queremos fazer é realmente a inclusão”, salienta a Professora.
O laboratório especializado atende, atualmente, 350 pessoas e conta com localização estratégica no prédio do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Psicossocial (Lapip), situado no Campus Dom Bosco, como forma de facilitar a mobilidade e acessibilidade aos participantes. O público procura os serviços da Universidade devido ao atendimento especializado, que é, muitas vezes inviável, devido aos preços inacessíveis. Há o conceito de não fazer separação entre grupos de idosos, portadores de deficiência, ou qualquer outro, para que haja maior interatividade e convívio entre essas pessoas.
Os idealizadores e colaboradores do projeto pretendem expandi-lo e estabelecer novas parcerias para que, assim, consigam atender ainda mais pessoas.
*Informações: Van UFSJ
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