A Mercedes-Benz confirmou que estuda a possibilidade de levar o desembaraço das sprinters para o Espírito Santo. Atualmente, os veículos são produzidos na Argentina, seguem pelo Rio de Janeiro e chegam à fábrica de Juiz de Fora, onde passam por pre-delivery inspection (PDI), um conjunto de ações necessárias para adequar os veículos importados à legislação brasileira ou à demanda de mercado antes da entrega para as concessionárias. A montadora também está prestes a transferir de Juiz de Fora para São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, a produção do caminhão Actros. A informação traz insegurança aos 1.130 funcionários que trabalham na planta local, que temem pela redução das atividades e o corte de empregos.
Nos bastidores, a informação é de que o principal atrativo para a montadora é a carga tributária mais baixa oferecida pelo Estado do Espírito Santo em comparação com a de Minas Gerais. Outro aspecto que poderia ser considerado na decisão é o imbróglio envolvendo o Porto Seco de Juiz de Fora, que ainda funciona à base de liminar. O contrato da permissionária Multiterminais Alfandegados do Brasil S/A junto à União venceu em abril de 2017 e, desde então, o prosseguimento do desembaraço via aduana segue em caráter provisório.
A expectativa é que uma reunião entre representantes da empresa e do Governo do Espírito Santo ocorra nos próximos dias. Sobre a transferência da produção do modelo Actros para o ABC Paulista, a montadora destacou que a decisão foi anunciada há quase cinco anos. “Não é uma novidade. Em 2014, informamos que a nossa proposta era concentrar a fabricação dos caminhões em São Bernardo, e a produção de cabinas e pintura dos veículos ficaria na fábrica de Juiz de Fora, que continua sendo muito importante para nós. É uma decisão estratégica que pretende aumentar a sinergia entre as duas unidades”, informou, via assessoria.
Temor de perdas
Há um temor entre o funcionários. Desde 2014 a empresa enfrenta queda na produção e tem buscado meios de manter os empregos na unidade.
Já com essas alterações anunciadas, a previsão é de que possa haver desemprego. A Prefeitura de Juiz de Fora já trabalha nos bastidores articulando conversas com o governo do estado para tentar ajudar a contornar a situação.
*O Tempo / Tribuna de Minas
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