Em diversas cidades brasileiras, estudantes, trabalhadores da educação e sindicalistas se mobilizam ontem (15) para protestar contra o bloqueio de verbas das universidades públicas e de institutos federais.
Convocados por entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), os atos também criticam a possibilidade de extinção da vinculação constitucional que assegura recursos para o setor e a proposta de reforma da Previdência. Segundo a CNTE, houve atos previstos nas 27 capitais brasileiras e em várias outras cidades do país, dentre elas São João del Rei e Barbacena.
Em Barbacena houve manifestações e passeata pelas ruas centrais da cidade que reuniu grande número de estudantes. Já em São João del Rei, mesmo com a chuva, além das manifestações ocorridas no centro da cidade, estudantes se posicionaram em locais de grande circulação da população como a Av. Leite de Castro e as proximidades da rodoviária, com panfletagem e esclarecimentos referentes às instituições de ensino e seu papel no país.
MEC se posicionou à respeito
O Ministério da Educação (MEC) garante que o bloqueio de recursos se deve a restrições orçamentárias impostas a toda a administração pública federal em função da atual crise financeira e da baixa arrecadação dos cofres públicos. Segundo o MEC, o bloqueio preventivo atingiu apenas 3,4% das verbas discricionárias das universidades federais, cujo orçamento para este ano totaliza R$ 49,6 bilhões. Deste total, segundo o ministério, 85,34% (ou R$ 42,3 bilhões) são despesas obrigatórias com pessoal (pagamento de salários para professores e demais servidores, bem como benefícios para inativos e pensionistas) e não podem ser contingenciadas.
De acordo com o ministério, 13,83% (ou R$ 6,9 bilhões) são despesas discricionárias e 0,83% (R$ 0,4 bilhão) diz respeito àquelas para cumprimento de emendas parlamentares impositivas – já contingenciadas anteriormente pelo governo federal.
O Presidente da República chamou os manifestantes de “idiotas úteis”
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) chamou de “idiotas úteis” e “massa de manobra” os manifestantes que participaram dos protestos. O presidente classificou os protestos como algo “natural” e disse que “a maioria ali (na manifestação) é militante”.
“A maioria ali é militante que não tem nada na cabeça. Se perguntar sete vezes oito, não sabe. Se perguntar a fórmula da água, não sabe. São uns idiotas úteis e uns imbecis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o lucro de muita universidade federal no Brasil”, afirmou o presidente, ao ser questionado sobre o assunto pela imprensa. A declaração foi dada nesta quarta-feira nos U.S.A.
Fotos e vídeo: Aline Damasceno /UFSJ/ Thais Andressa
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