A Jaula Invisível
Como já disse anteriormente, não sou crítico de arte, escritor ou algo do tipo. A minha intenção é passar para você, leitor, apenas o meu sentimento e o desejo de instigá-los à leitura, à reflexão, ao conhecimento de obras literárias que irão te levar ao pensamento crítico, e assim, alçá-los à liberdade de não aceitação às prisões a que somos subordinados no nosso cotidiano, afinal de contas, não é essa a função dos livros?
Conheci a obra do amigo William Castilho através de uma paixão em comum: O Rock, esse estilo de vida. Lendo a seção de cartas (adoro) de uma revista especializada em Rock, a Roadie Crew, li sua carta em que ele citava o seu TCC (trabalho de conclusão de curso) do curso de História, nele, ele retrata duas obras fundamentais do Metal Nacional: Holly Land (Angra) e Roots (Sepultura), que nos falam do Brasil e suas raízes. Nessa busca pelo seu TCC, descobri dois livros escritos por ele: Jaula Invisível e Mãos Machucadas. Hoje já possuo sua terceira obra que é Heróis sem Pátria (também excelente). Hoje falarei um pouco sobre Jaula Invisível.
Notei no Jaula invisível (nos outros livros também), uma verdade de proporções gigantescas, uma aspereza e ao mesmo tempo uma delicadeza incríveis. É como se fosse um diário em que ele colocou o seu sentimento mais puro, sua indignação mais poderosa, de quem viveu e vive em um País, e em um sistema, onde dificilmente nos libertamos dos grilhões de uma sociedade que nos cobra por sucesso “acima de tudo e de todos” (engraçados, tenho ouvido uma frase parecida com essa de uns tempos para cá). Particularmente identifiquei-me muito com o livro, pois saí dessa Jaula, mas não é fácil, pois é o tempo todo lutando contra esse sistema que já está incrustado em nós. Identifico-me também com essa aspereza, essa verdade ao expor os sentimentos nas palavras ditas e escritas, mas não é pessimismo, mas sim um realismo puro, necessário para a sobrevivência em dias tão difíceis como os de agora. O mais importante de tudo, é que o William é uma pessoa feito nós, o encontraremos ali no boteco, no show de Rock, na sala de aula, o que nos torna tão próximos.
Preciosidade
Para Lauro Moraes, Irineu Moraes, Elia Machado, Adevaldo Machado e Família Moraes
Pressão para arrumar emprego
Eu ouvia: quem faz arte não gosta de trabalhar
Você está ficando velho
Arrumei emprego
Agora a pressão é para ocupar o melhor cargo
Desfazem do simples trabalhador
Qual a diferença entre o diretor e o faxineiro?
Os dois não são fundamentais?
Prefiro conversar com quem limpa o chão
Você ganha muito pouco
Porque não procura um emprego melhor?
Impressionante como cuidam da sua vida
Conselhos estúpidos moldados pelo sistema
E pela ignorância da tal sabedoria popular
Na verdade é mera curiosidade sobre sua vida
Querem achar mais um para fofocar
Fazer o que não tem identificação consigo
Corta o coração ao meio
Ouço certos comentários, fico quieto e sorrio comigo mesmo
Querem que você seja como eles, supervisor na empresa
Ganhando dinheiro e status
Não quero ser igual a ninguém
Desejo ser eu mesmo e viver em paz
O futuro não me incomoda, nem sei se virá
Minha consciência me preocupa
Almejo viver o presente
Mal sabem os bem sucedidos profissionalmente
Que encontrei uma preciosidade no universo
Muitos procuram a vida inteira e não encontram
O Amor.
Vocês foram convidados a saírem da Jaula Invisível. Aceitam o desafio?
A liberdade não tem preço!!
Não se esqueçam: Leiam sempre
Abraços e até a próxima
Luiz Cláudio
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