Editora Penalux
Heróis Sem Pátria
“O que Orwell temia eram aqueles que baniriam os livros. O que Huxley temia era que não haveria razão para proibir um livro, pois não haveria ninguém que quisesse ler um…”
Neil Postman, Divertindo-se com a Morte: Discurso Público na era do Show Business.
Distopia: Lugar ou estado imaginário em que se vive em condições de extrema opressão, desespero ou privação. Antiutopia.
Sempre escrevo sobre livros que li, que marcaram-me, influenciaram-me e tornaram-me uma pessoa melhor (ou pelo menos tento), crítica e livre (não é essa uma das funções dos livros?).
Dessa vez, resolvi mudar o tema e partir para a História (além da Biologia-formação-a História é minha outra paixão), pois é inegável que é fundamental para evitarmos os erros do passado, alicerçando neste, as bases para um futuro melhor.
O livro abordado em questão, é o “Heróis Sem Pátria” do meu amigo William Castilho, que já foi tema com outro livro seu: Jaula Invisível.
O título do livro já nos instiga, pois Heróis Sem Pátria é meio pesado. Como assim, sem Pátria? Heróis perdidos, abandonados ou esquecidos pela Pátria? Exatamente. William, brilhantemente, nos apresenta pessoas que ajudaram a construir nossa História, ajudaram a formar nosso povo, e como ele diz, alguns só vimos em nomes de ruas ou praças. O grande trunfo dele foi abandonar aquela linguagem dos livros didáticos, nos aproximar da História, com palavra nossas, traduzir aquela linguagem sem perder a seriedade do assunto (às vezes chutando o balde em alguns comentários). Ele dialoga conosco, nos põe para pensar. Dá dicas de outros livros, filmes, series. Não vá procurar em seu livro D.Pedro, Princesa Isabel, que são citados, mas não são o seu alvo, afinal, desses já conhecemos. Você vai conhecer o Chico da Matilde, um jangadeiro cearense, que em 1884 enfrentou o governo do seu estado, levantando um motim para evitar que os escravos do Ceará fossem vendidos para o Sul Maravilha. Este seu levante, forçou o governador a proclamar a libertação dos escravos, isso mesmo, quatro anos antes da Lei Áurea. Essa é apenas a ponta do iceberg, além do Chico, você vai se surpreender mais ainda com o final do livro, porque não adianta nada valorizarmos (com z Sr. Ministro) a História de outros se não conhecermos e não valorizarmos os nossos antepassados. Vale a pena ler.
E não se esqueçam, leiam sempre!
Um abraço e até breve!
Luiz Cláudio Vieira Cangussu
PS: O livro que estou lendo agora é : Não Verás País Nenhum, de Ignácio de Loyola Brandão, um livro distópico como os livros de Orwell (1984) e de Huxley (Admirável Mundo Novo) ambientado em um determinado País.
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