Depois de umas boas semanas, quem sabe meses, volto a escrever por aqui no Prados online. Agora o site tem um correspondente internacional! Sim, isso mesmo. Acabei ficando ausente pelas demandas relativas aos documentos da mudança, e agora escrevo-lhes na condição de mestrando e professor assistente aqui nos Estados Unidos. Por qual motivo devo falar isso? Primeiro pois acho importante uma justificativa pois quando montamos esse espaço prometi para mim mesmo de fazê-lo um local ativo, segundo, acredito que isso só tem a agregar ao site, e terceiro que é um exemplo claro do que tenho dito desde a primeira coluna publicada, que o estudo, arte e cultura pode mudar a vida das pessoas, e de muitas!
A partir de agora a coluna está de volta como antes, mas também abordará textos com um caráter diferente em relação ao que foi visto até então. Não só por não estar fisicamente presente nas vertentes e poder acompanhar de perto as questões importantes, mas também uma vez que o formato de crônica pode funcionar melhor nessas condições.
Hoje além das explicações breves dadas até aqui vou rapidamente mencionar dois pontos….
Fatos relevantes aconteceram desde então no cenário cultural das vertentes, como por exemplo o encerramento das atividades do órgão de Tiradentes, e da série musical que até então acontecia. Desde a troca de bispo na diocese de São del Rei, muitas reformas na região têm ocorrido, e algumas até muito louváveis ao meu ver, como a proibição de fogos e bebida alcoólica em festas religiosas. Pelas informações que foram divulgadas nas redes sociais, de ambos os lados, acredito que essa questão acerca do órgão muito tem a ver com as novas políticas adotadas. Certamente a cidade e a região perdem com isso, afinal gostando ou não, era uma série relevante de música de alta qualidade. A questão agora é o que será feito a partir de então, que pode também se mostrar altamente benéfico para a região, com um impacto mais direto para a comunidade local que a situação anterior. Em um desejo de mudanças no sistema, entre o tudo ou nada acabou-se optando pelo segundo.
Hoje também me recordei de um dos meus primeiros textos, escritos na ocasião da passagem do ano e em que abordo o porque da arte tornar o humano mais humano. Primeiro, fui a um lindo concerto de piano, cujo repertório foi de Beethoven a Michael Jackson, e após, passei rapidamente pelo museu de arte da universidade em que estou (Radford University – Virginia). Lá estava em uma exposição de Dorothy Gillespie (1920-2012, um assunto para mais detalhes em um futuro texto), em homenagem ao centenário de seu nascimento e me deparo com a seguinte frase:
“The dedication of a life to producing works which have no practical purpose, which may or may not be sold, which may or may not be exhibited, and which may or may not be worth the original cost of materials, is a curious phenomenon that has existed in all civilizations. The creative artist is truly the great adventurer of all time.” – Dorothy Gillespie
Em uma tradução livre: “A vida dedicada a produzir obras que podem não ter razões práticas, que podem ou não ser vendidas, que podem ou não serem exibidas, e que podem ou não valer o custo original dos materiais é um fenômeno curioso que existe em todas as civilizações. O artista criativo é o verdadeiro aventureiro de todos os tempos.” – Dorothy Gillespie
Quando li a frase acima, apenas sorri e me senti seguro de que certamente um dos motivos que nos faz mais humanos – só somos o que somos – é a arte.
Sejam bem-vindos novamente!
Octávio Deluchi
Prados Online
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