Um estudo de larga escala publicado nesta sexta-feira (22) no periódico The Lancet demonstrou que o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina está relacionado a sérias complicações envolvendo problemas cardíacos que podem levar à morte. Os pesquisadores analisaram 96 mil pacientes diagnosticados com covid-19 em todo mundo e descobriram que aqueles que tomaram os medicamentos possuem 34% mais chances de irem a óbito.
Além disso, o risco de desenvolver doenças cardiovasculares sobre para 137% no caso de pacientes que receberam tratamento com essas substâncias. Entre as doenças mais recorrente, está a arritmia ventricular — condição que faz o coração bater tão rápido que o oxigênio não chega a outros órgãos, incluindo o cérebro.
“Este é o primeiro estudo em larga escala que encontra evidências estatisticamente sólidas de que o tratamento com cloroquina ou hidroxicloroquina não beneficia pacientes com covid-19”, afirma Mandeep Mehra, principal autor do estudo e diretor executivo do Centro de Doenças Cardíacas Avançadas do Hospital da Mulher, em Boston.
Os resultados deste estudo corroboram com pesquisas anteriores sobre o tema. No entanto, os pesquisadores afirmam que mais análises seriam necessárias para criar uma relação direta entre essas substâncias e doenças no coração. Nesse sentido, vale destacar que essas substâncias sequer apresentaram evidências de que causam efeitos positivos em pacientes com covid-19.
Apesar disso, o Ministério da Saúde divulgou um novo protocolo nesta quarta-feira (20) que libera o uso de ambos medicamentos em casos mais leves da doença. O documento recomenda a prescrição de doses diárias de 450 mg de cloroquina com o antibiótico azitromicina assim que surgirem os primeiros sintomas da doença.
Os pesquisadores alertam para os riscos desta prática: combinar essa substância com um antibiótico aumenta consideravelmente as chances de ir a óbito ou desenvolver doenças cardiovasculares graves.
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