Imagine-se perdendo urina ao rir ou tossir ou tendo que sair correndo ao banheiro por não estar controlando a urina.
Desagradável, não? A isso chamamos incontinência urinária, cuja ocorrência pode ser motivo de vergonha, depressão, distanciamento social e piora da qualidade de vida.
Chamamos incontinência urinária (IU) à perda urinária que ocorre independentemente do desejo da pessoa e que pode ser decorrente de alteração na anatomia e/ou na função da bexiga e da uretra.
Em termos simples e para um fácil entendimento, em uma situação normal, à medida que a bexiga vai se enchendo de urina e se expandindo há uma inibição da contração do músculo da bexiga e à contração do músculo que envolve a uretra (esfíncter uretral).
Se há o correto posicionamento anatômico da bexiga e da uretra a urina não sairá, mantendo a continência urinária. Com o enchimento vesical, a sensação de plenitude torna-se consciente e a micção pode ser adiada voluntariamente até que o local e posição adequados sejam encontrados.
Para iniciar a micção há um relaxamento da musculatura uretral e dos músculos da pelve seguido da contração do músculo da bexiga que é mantida até que a bexiga esteja vazia.
A incontinência urinária pode trazer grande transtorno às pacientes e familiares. As pacientes com freqüência relatam preocupação e embaraço com o odor da urina, dificuldades nas relações sexuais e alterações de sono. Às vezes só procuram assistência médica após o primeiro ano dos sintomas por acharem que a perda de urina é esperada com o evoluir da idade!
De fato é verdade que as mudanças hormonais da menopausa facilitam o desenvolvimento da incontinência urinária. Outros fatores de risco são a gravidez, o parto e a obesidade, que podem levar a mudanças no posicionamento dos órgãos genitais.
A investigação da incontinência urinária envolve a realização de exame de urina para afastar infecção urinária, informações sobre cirurgias, partos, medicação em uso (alguns medicamentos podem alterar o funcionamento da bexiga e uretra ou aumentar a diurese), pesquisa-se a freqüência urinária diurna e noturna, presença ou não de umidade íntima, necessidade de uso de protetor e a habilidade ou não de interromper a micção.
Durante a consulta, o médico fará o exame da região genital procurando alterações anatômicas (a famosa “queda de bexiga”). Pode ser necessária a realização da urodinâmica, exame muito importante para a avaliação das pressões da bexiga e uretra e correto funcionamento do músculo da bexiga. Ela poderá definir se o tratamento da incontinência urinária poderá ser feito com medicamentos, fisioterapia ou cirurgia. Exercícios para treinamento dos músculos da pelve ou eletroestimulação do assoalho pélvico podem ajudar.
Então, se você tem incontinência urinária é hora de procurar o Ginecologista ou Urologista e se tratar. Verá que valerá a pena.
*Matéria originalmente publicada no Portal Uai, pelo mastologista, ginecologista e obstetra, Dr. Marcos Salomão Zagury
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