Um estudo publicado no jornal científico Clinical Infectious Diseases nesta segunda-feira, 24, mostrou o primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus confirmado no mundo em Hong Kong, na China. Segundo os pesquisadores, os resultados mostram que “a covid-19 pode persistir em humanos”.
O caso foi observado em um homem de 33 anos que teve a segunda infecção pelo vírus confirmada em um aeroporto ao voltar para Hong Kong de uma viagem à Europa.
Para chegar a conclusão de que ele havia sido infectado duas vezes por duas cepas diferentes do SARS-CoV-2, os pesquisadores da Universidade de Hong Kong usaram a sequência genômica. O paciente, em sua segunda contaminação, não apresentou nenhum sintoma, o que pode identificar, para os cientistas, que as reinfecções podem ser mais leves.
Os pesquisadores apontam a necessidade de outros estudos acerca da imunidade causada pelos anticorpos do vírus. Mas a descoberta parece corroborar com a de outros pesquisadores sobre o tema.
Em uma transmissão ao vivo no YouTube o professor John Bell, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, afirmou que pessoas que pegaram a covid-19 em março já podem estar suscetíveis a reinfecções. Segundo Bell os anticorpos da covid-19 podem se esgotar entre 10% e 30% a cada mês e eles “desaparecem rapidamente”.
Recentemente um estudo feito pela King’s College de Londres com cerca de 90 pessoas apontou que os anticorpos desapareciam com o tempo, atingindo um ápice três semanas após os primeiros sintomas e abaixando rapidamente depois disso.
O paciente de Hong Kong, por exemplo, foi infectado novamente cerca de 4,5 meses depois do primeiro quadro.
No começo deste mês, a Universidade de São Paulo (USP) apontou o primeiro caso de reinfecção por covid-19 no Brasil, quando uma técnica de enfermagem de 24 anos teve dois testes positivos para a doença em um intervalo de 50 dias. As reinfecções são raras e não se sabe ao certo quantos casos do tipo existem no mundo.
*Exame
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