A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou oficialmente ontem que, mesmo que surjam novas variantes do Sars-Cov-2, não vai ser preciso voltar aos confinamentos. A OMS informa que, na última semana, houve 12 milhões de casos positivos de Covid-19 só na Europa – quase um terço de todos os casos de infecção desde o início da pandemia. Mas, apesar do crescente número de casos, o novo coronavírus parece estar sob controle no continente europeu por causa da baixa letalidade.
O diretor regional da organização para a Europa, Hans Kluge, explica que é preciso melhor distribuição das vacinas para que a situação melhore em todo o mundo. Ele reafirma que ainda não é o fim da pandemia, mas para lá se caminha. Uma “trégua” na pandemia que pode levar a uma “paz duradoura”.
Foi assim também que a OMS descreveu a situação sanitária na Europa, onde vários países começaram a suspender suas restrições, graças à alta taxa de vacinação e à baixa virulência da variante ômicron.Dois anos após o surgimento da pandemia, a Europa poderá entrar em breve “num longo período de tranquilidade”, disse Hans Kluge. A organização argumenta que, graças ao alto número de pessoas vacinadas, à menor gravidade da variante ômicron e ao fim do inverno, a região pode se defender contra qualquer ressurgimento do vírus melhor do que em 2020.
Há “uma oportunidade única de assumir o controle da transmissão”, disse Kluge. Mas essa situação só vai durar se a imunidade for preservada, ou seja, se as campanhas de vacinação continuarem e o aparecimento de novas variantes for monitorado, acrescentou o especialista, pedindo aos governos que continuem protegendo a população mais vulnerável, principalmente. A região Europa da OMS inclui 53 países, alguns deles localizados na Ásia Central. Em todos eles, as infecções dispararam devido à variante ômicron, mas com baixa letalidade.
Na semana passada, a região registrou quase 12 milhões de novos casos, segundo dados da OMS, o número mais alto desde o início da pandemia, há dois anos.
A Europa, de acordo com uma contagem da agência AFP baseada em números oficiais, está prestes a atingir 150 milhões de infecções desde o início da pandemia.
Apesar dos números impressionantes, vários países, como Dinamarca, Noruega, Suécia e França, reduziram suas restrições. Decisões que a OMS considera adequadas, como comentou Kluge ontem. “Penso que seja possível responder às novas variantes, que inevitavelmente surgirão, sem repor o tipo de medidas de que precisávamos antes”, insistiu.
Na terça-feira, a Dinamarca se tornou o primeiro país europeu a suspender quase todas as restrições sanitárias. Apesar de ter a maior taxa de infecção por 100 mil habitantes na Europa (5.476), o governo considera que 80% da população está protegida contra formas graves da doença graças à vacinação ou por ter tido a doença. A Noruega também flexibilizou as regras de saúde na terça-feira. A Suécia, país vizinho, fará o mesmo a partir de 9 de fevereiro. O governo defende que, com a variante ômicron, a pandemia entrou numa “nova fase”, que não se traduz num aumento de internações. E a Finlândia os imitará em 14 de fevereiro, levantando boa parte das restrições. No Brasil, menos testes dão positivo
A explosão de demanda pelos testes de Covid-19 nas farmácias, que vinha crescendo desde novembro após a chegada da ômicron, registrou o primeiro recuo na última semana de janeiro, segundo os dados da Abrafarma (associação do varejo farmacêutico), que vem monitorando o cenário desde o início da pandemia.
Apesar da desaceleração, janeiro ainda registrou o recorde absoluto de resultados positivos. Na semana de 24 a 30 de janeiro, foram cerca de 637 mil testagens, uma queda expressiva se comparada com os mais de 740 mil da semana anterior.O número de exames positivos também caiu de um patamar de quase 320 mil para aproximadamente 270 mil entre as duas últimas semanas de janeiro.A queda anterior no total de casos positivos havia acontecido na última semana de novembro, quando o número de infectados girava em torno de 8.170.Para a Abrafarma, a nova redução é um sinal positivo, mas ainda não representa o controle efetivo da pandemia no país.
*Reprodução: O Tempo
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