Uma enfermeira de 42 anos morreu na última quinta-feira (3) vítima de um quadro de hepatite fulminante, uma síndrome bastante rara, mas fatal. Edmara Silva de Abreu apresentou o quadro após fazer uso contínuo de cápsulas de um chá para emagrecimento.
O chá para emagrecimento, vendido como natural, contava com uma série de ervas, como chá verde, carqueja e mata verde em sua composição. Todas essas substâncias são consideradas hepatotóxicas, ou seja, podem causar danos à saúde do fígado quando usadas em altas quantidades.
Segundo Monique Abreu Saraiva Artecio, prima da enfermeira, que foi ouvida pelo portal UOL, Edmara era uma mulher extremamente saudável. “Minha prima sempre foi uma pessoa extremamente saudável, ela era enfermeira obstetra e sempre estava tudo certo com a saúde dela”, disse Monique.
Contudo, há cerca de duas semanas, Edmara começou a apresentar ânsia de vômito e enjoos. Com o passar dos dias, os sintomas foram se tornando cada vez mais intensos e frequentes. Por conta disso, a enfermeira resolveu consultar um médico do Hospital e Maternidade Santa Joana, onde trabalhava.
Ela foi internada imediatamente com suspeita de problemas na vesícula. Porém, após a realização de exames, foi constatado que se tratava de uma hepatite fulminante. Segundo Monique, nesse momento, foram realizados mais exames para investigar qual seria a causa do problema hepático.
As principais suspeitas dos médicos eram de agravamento de um quadro de leptospirose ou de dengue, mas ambas possibilidades foram descartadas. Depois disso, todos os medicamentos que eram usados pela enfermeira foram levados para análise, incluindo o chá para emagrecimento.
“Quando viram esse frasco de ‘Chá 50 ervas emagrecedor’ e perceberam o tanto de coisa que tinha nesse produto”, disse Monique. O medicamento teria sido comprado pela internet, mas a família não sabe a quantidade e nem por quanto tempo o chá foi utilizado por Edmara.
Após a constatação de hepatite fulminante, Edmara foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Ela entrou na fila para transplantes de fígado e foi colocada em coma induzido até conseguir realizar a cirurgia, no último dia 29 de janeiro.
Porém, o corpo da enfermeira rejeitou o órgão, a morte cerebral foi atestada na última segunda-feira (2) e ela foi mantida viva apenas por aparelhos. No dia seguinte ela teve uma parada cardíaca e morreu durante a madrugada.
Segundo a prima de Edmara, ela confiava no chá para emagrecimento por ser um composto de ervas naturais, como estava descrito na embalagem. “Não é nada de tarja preta, nenhum medicamento que aparenta ser perigoso. Ela não estava tomando mais nada, só esse mesmo”, disse Monique.
*Reprodução: Olhar Digital
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