O Governo de Minas pode anunciar nesta sexta-feira (1º) a flexibilização do uso de máscaras em locais fechados. Uma coletiva de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que será transmitida por O TEMPO, foi marcada para 11h, segundo a pasta, para o secretário Fábio Baccheretti atualizar “as informações sobre o uso de máscaras em locais fechados”.
Durante a coletiva, o secretário também tratará sobre a vacinação contra a gripe no Estado.
Um levantamento feito por O TEMPO junto aos poderes Executivos mostra que três Unidades da Federação mantêm a obrigação da proteção tanto em lugares abertos quanto fechados: Bahia, Paraíba e Amapá. Quanto às capitais, o universo é ainda menor: só Salvador e Belém obrigam o uso em qualquer circunstância.
No Brasil, três Estados, além de Minas, condicionam o uso da máscara a indicadores da pandemia: Espírito Santo, Maranhão e Alagoas. Outros 11 deixam a decisão a cargo do cidadão, obrigando apenas dentro de hospitais, escolas e transporte público em alguns casos.
Há, ainda, nove Unidades da Federação onde a máscara só deve ser usada em ambientes fechados. Por fim, entram na conta os três Estados já citados que não anunciaram qualquer flexibilização.
Quanto às capitais, o total de locais com uso facultativo é ainda maior: em 16 delas, a responsabilidade da decisão recai exclusivamente sobre o cidadão. Vitória e São Luís condicionam o uso a indicadores da Covid-19. São seis cidades que seguem o mesmo caminho que BH: liberação no ambiente aberto e obrigação no fechado. Fecham o balanço as cidades de Salvador e Belém, onde o uso é obrigatório em qualquer hipótese.
Entre os Estados, Minas Gerais é um dos que já liberaram em locais abertos e condiciona o uso de máscara em locais fechados à vacinação: apenas as cidades com 80% de cobertura com a segunda e 70% com a terceira recebem o aval. Já em Belo Horizonte, a prefeitura já não obriga mais em ambientes com ampla circulação de ar, mas nos fechados a regra da proteção continua válida em qualquer circunstância.
Quando a análise se concentra nos municípios mineiras, apenas dois dos dez mais populosos permitem o não uso da máscara em qualquer situação: Uberlândia, no Triângulo, e Ipatinga, no Vale do Aço. Betim, Contagem, Juiz de Fora, Ribeirão das Neves, Uberaba e Governador Valadares seguem o exemplo de BH e obrigam a proteção em ambientes fechados. Já Montes Claros, no Norte de Minas, condiciona o uso em locais fechados a indicadores da vacinação.
Na avaliação do infectologista Geraldo Cunha Cury, da Universidade Federal de Minas Gerais, este ainda não é o momento para flexibilizar o uso das máscaras em locais fechados. “Acho prematuro e inadequado. A nova secretária de Saúde de Belo Horizonte (a médica Cláudia Navarro) falou que vai estudar a questão. Mas é muito arriscado. A pandemia não acabou. Nós temos muitas pessoas, de diferentes faixas etárias, que não se vacinaram. Qual o risco que essas pessoas estão correndo?”, questionou.
Para Cunha Cury, outro erro é o critério adotado pelo governo de Minas de condicionar a liberação somente à vacinação. “O ideal é também monitorar a transmissão da doença. É preciso considerar os dois indicadores para tomar uma medida como essa”, destaca.
O chamado fator Rt, defendido pelo infectologista como critério complementar para regular o uso da máscara, não é informado no boletim diário do governo de Minas. Já o balanço da Prefeitura de BH informa que a transmissão está em 0,89 – portanto, dentro do patamar de controle, determinado por valores abaixo de 1. Na prática, é como se a cada cem casos confirmados da doença, em média, mais 89 surgissem na cidade.
Reprodução: O Tempo
Prados Online
2012 Prados Online | cnpj: 15.652.626/0001-50