Apresentar-se no lendário teatro Carnegie Hall, templo sagrado da música em Nova York, é o “sonho de consumo” de todo músico que almeja uma carreira internacional. Muitos tentam e não conseguem. Não foi o caso de Octávio Deluchi, violonista formado pela UFSJ, que nesta terça, 10, se apresenta no ambicionado palco, na condição de vencedor da última edição do Grande Prêmio (Grand Prize) promovido pela italiana IBLA.
Atualmente, Octávio e os demais instrumentistas e cantores vencedores do certame estão em turnê pelos estados norte-americanos da Virgínia, Tennessee e Arkansas. A viagem musical é parte da premiação e inclui apresentações quase diárias, terminando em Nova York.
Além do fato de ser vencedor num concurso internacional muito concorrido, Deluchi, com a simplicidade que o caracteriza, observa mais aspectos de seu feito. Segundo ele, não é comum haver violonistas premiados em competições abertas: na equipe de vencedores do IBLA Gran Prize, há apenas dois, Octávio e a italiana Maria Criscione. Por outro lado, o músico nota que o violão brasileiro está muito bem representado em diversas partes do mundo, com diversos violonistas se destacando. Nessa perspectiva, ele define sua vitória como mais um caso de sucesso desses artistas brasileiros.
Carreira
Octávio tem 24 anos, nasceu em São João del-Rei, mas foi criado em Prados. Artista virtuoso, ele foi colunista do Prados Online e guitarrista em bandas de rock, mas a carreira tendeu para o violão clássico.
Octávio participou de diversos festivais de Música e de cursos de extensão na UFSJ até 2015, quando iniciou sua graduação, na classe do professor Guilherme Vincens (Dmusi). Concluído o curso superior em 2019, foi selecionado e iniciou imediatamente o mestrado em Performance do Violão na Universidade de Radford, nos Estados Unidos, tendo como orientador Robert Trent. Desde o ano passado, é doutorando na Universidade de Stone Brook, sob orientação do professor brasileiro José Luiz Resende Lopes.
Quando ainda estava no Brasil, venceu vários prêmios. Nos Estados Unidos, além de sua atividade acadêmica, se apresenta com grande sucesso em salas de concerto do país. Uma característica de seu trabalho e de suas apresentações é a valorização de compositores brasileiros, tornando-se, assim, um difusor da arte do violão made in Brazil. Para a apresentação no Carnegie Hall, escolheu a peça Sonata. do compositor carioca Vicente Paschoal. Detalhe: essa música foi dedicada a ele, tamanha a admiração do compositor pelo trabalho do instrumentista.
IBLA
A Fundação IBLA organiza anualmente seu Grand Prize, competição mundial aberta a pianistas, cantores, instrumentistas e compositores. A entidade fica em Ragusa, na Itália, e os vencedores desse concurso se apresentam em prestigiados teatros ao redor do mudo.
*Texto original: UFSJ/ Foto: Albert Salgado
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