Enfim chegamos a parte final dessa emocionante história que aconteceu em Prados, porém, antes de começarmos, caso tenha perdido o começo, clique nos links e acesse a parte 1, parte 2 e parte 3
Houve neste momento, em bar do centro de Prados, uma certa contenda entre o militar PM, e o sargento do exército comandante da viatura. tendo este que cientificar ao oficial PM, que apesar de ser um sargento estava ali em nome do Cel. do exército como era praxe nestes casos.
Cabo Ivan foi até a casa do avô do cabo Samuca, que pediu-lhe que avisasse ao sargento que não o havia encontrado, tendo sido constatado que ele não estava preso, após ter verificado na cadeia local.
Terminado isto a viatura do exército retornou para o quartel ainda dando carona para o cabo Ivan que deveria estar de serviço naquele dia.
Um dado interessante para o cabo Ivan, é que neste dia a troca de guarda foi acompanhada pela banda de música do exército, coisa pouco usual, tocando uma das mais bonitas marchas do exército, que citarei alguns trechos para quem como eu, que escreve estas reminiscências, poder apreciar. “Nós somos estes infantes, cujo peito amantes nunca temem lutar, Vivemos, morremos, para ao Brasil nos consagrar”. coisa que hoje talvez não fosse tão aplicável. Felizmente eu estava de serviço no dia, pois o que tomei conhecimento por relatos ainda em São João del-Rei, se em Prados estivesse, talvez as coisas ficassem piores, pois acobertado pela farda de minha corporação poderia ter tomado atitudes não muito adequadas piorando ainda mais as coisas.
Mas fui informado que os policiais, acredito que já se achando donos da situação, gostaram da brincadeira e tomaram diversos tipos de atitudes que não condiziam com gente ordeira da cidade.
Segundo informações o pároco local, saudoso Pe. Assis, muito querido da população, utilizou do sistema de auto falantes da sua igreja, para condenar a arbitrariedade da polícia contra gente ordeira e pacata.
Nisto a polícia resolveu partir para a igreja e tentar calar o padre, que os enfrentou, desafiando-os a usarem suas armas em um representante de Deus na cidade e os policiais encostando as armas no peito do padre, o intimava a se calar.
A população já pronta a sair em defesa do prelado, armados de pedaços de pau e toda a coragem que a fé os dava, os fez retroceder e se retirar do local, agora quase um campo de guerra.
Mas tanto o prefeito, Zé Café como o delegado Antônio Eugênio, foram admoestados com acusações não condizentes com as pessoas que eram, para não dizer que foram desrespeitados pela guarnição despreparados que eram para agir em situações como aquela.
Voltando para Prados, como era de seu costume e ser sua cidade de residência, cabo Ivan teve outra contenda com o agora comandante da guarnição policial, que era um sargento da polícia, quando este o acusou de ser comunista e outras coisas mais, no que respondeu o cabo Ivan, protegido que estava pela sua condição de cabo do exército: que ele, o sargento, nem sabia como era a ideologia comunista para disso o estar acusando, tendo o sargento não levado as coisas mais adiante, talvez em respeito a um militar destemido e trajando sua verde farda federal.
Mas a coisa não parou por aí. Passados alguns dias eis que o cabo Ivan foi intimado a acompanhar um oficial capitão do exército, numa viagem a Prados, pois uma sindicância teria sido aberta pelo exército, na época regimento 11ºRI, a fim de melhor se situar sobre o que realmente aconteceu naquela ocasião. Cabo Ivan se sentiu vingado, pois ao chegar em Prados, acompanhando o oficial militar do exército, viu todos os policiais locais lhe prestarem continências respeitosas tratando-o como autoridade militar, que realmente era na ocasião. Apurados os fatos o regimento de infantaria do exército enviou correspondência ao 9º batalhão da PM onde denunciava a maneira exagerado do comportamento da equipe policial e estava em total desacordo com a truculência descabida da equipe que ali fora, trazendo inquietação ao povo da cidade. Mas o caso deveria ficar registrado, como agora sendo feito, para que no futuro se possa agir com mais assertividade e coerência em momentos como este.
Agradecimentos:
Como fato histórico dos mais relevantes na história de Prados, necessário que primeiramente se preste homenagem à memória de meu querido irmão Antônio Ivan de Carvalho, que tendo participado ativamente nos fatos, nos levou através de sua pena a reviver para uns e conhecer para outros estes graves acontecimentos.
Agradeço também ao Ivacir Lopes de Oliveira ( Ratinho ) que com tanto zelo preserva no Museu Marieta Teixeira de Oliveira preciosidades, como o jornal que abriu este artigo.
Agradecimentos também a toda a equipe do Prados on line, que nos proporcionou esta oportunidade de levar aos apaixonados por Prados, “ as histórias que ouvi, histórias que vivi “ .
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