50 anos de seu falecimento
Continuação
Parte 2
Dando continuidade ao nosso trabalho de apresentar um pouco da vida e obra do grande Pe Assis, sacerdote de esteve à frente da Paróquia de Prados por mais de 30 anos, falecido em 15 de março de 1973, portando completando agora no próximo dia 15 de março, 50 anos de seu falecimento, trazemos aos nossos leitores pelas mãos de seu irmão Djalma Francisco de Assis, preciosas informações sobre a ordenação do saudoso Pe Assis.
“Chegou enfim o grande dia, ansiosamente esperado, da ordenação. A alegria e a impaciência do Diácono Francisco Assis eram contagiantes. Seus pais, irmãos, parentes e todos os amigos se porfiavam nos preparativos da ordenação que se daria dia 18 de dezembro na Igreja do Carmo, em 1935, para qual fez o seguinte convite.
Exmo. Sr.
Com minha alma transbordando de mais justas e santa alegria, comunico a V.Exa. e Exma. família que serei ordenado sacerdote pelo Exmo. e Revmo. D. José Maria Parreira Lara , aos 12 de dezembro , próximo e cantarei minha primeira missa dia 13 do mesmo mês.
Para essas duas empolgantes solenidades litúrgicas, as mais emocionantes da minha pobre vida e que se realizarão no templo da Archiepiscopal Ordem terceira de N. Senhora do Carmo de São João del Rei, minha querida terra natal, tenho a honra de dirigir a V.Exa. e Exma. família o meu convite, contando com sua presença.
Encarecidamente recomendo com as orações de V.Exa.
Diácono Francisco Eduardo de Assis
Mariana, Seminário São José, I, XI, 1935.
Não menor era o entusiasmo e alegria de seus pais, manifestada abaixo.
Exmo. Sr,
Concedendo Jesus e Maria à nossa família a graça de termos o nosso filho Francisco Eduardo de Assis ao serviço a Deus, com grande alegria convidamos V.Exa. e Exma. família para assistir a sua ordenação a 12 de dezembro próximo na Igreja da venerável e arquiepiscopal ordem terceira de N.S. do Carmo.
José de Assis Sobrinho
Isaura Augusta de Assis
ORDENAÇÃO – MISSA NOVA
Tangem os bronzes em sonorosos repiques nas torres de nossa igreja, as andorinhas trocando os seus esconderijos, esvoaçavam-se pelos ares como a festejar o acontecimento.
Na majestosa Igreja de N. S. do Carmo, a manifestação nos arranjos e preparativos dos objetos e paramentos do culto, no adorno do templo.
Ao seu trono a virgem do Carmelo expandia o seu sorriso e bênçãos para a imensa multidão nestes preparativos.
A igreja, na alveirade seus altares laterais, com os anjinhos salientes da escultura pareceu sorrir porque o exército de Cristo receberia mais um soldado para a luta Santa.
Não menor era a movimentação na residência do diácono Francisco que já revestido de sua alva e cíngulose preparava piedosamente para a receber as ordens Sacras.
O dia amanhecera soberbo e lindo. Ao romper da aurora as trombetas divinas saudara o dia do suntuoso banquete do senhor.
Hosanas! Hosanas ao Senhor! Mais um padre nas fileiras do Senhor, no céu os anjos cantam a Deus celebrando tal fato. Mais um padre para trazer almas ao Pai Divino.
Organiza-se a procissão em demanda ao Templo Carmelitano D. José Maria Pereira Lara, o bispo organizador precedera a cerimônia.
A procissão parte da residência dos pais do diácono, José de Assis sobrinho e Isaura A. Assis, a Rua Ministro Gabriel Passos, 32. O estandarte da virgem do Carmo, abre o desfile que é seguido pela cruz processional. As alas formavam os congregados marianos, filhas de Maria, apostolado da oração, mães cristãs, irmandades da paroquia, ordens Terceiras do Carmo e São Francisco. Tomavam parte também autoridades, coroinhas, seminaristas, clero, e padre digo, o Diácono Francisco e a família.
Debaixo do pálio conduzido por irmãos do Carmo e S. Francisco vinha o Bispo sagrante D. Jose M. P Lara (Bispo de lautos) delegado por D. Helvécio Gomes de Oliveira, Bispo da diocese de Mariana, delegado para presidir a cerimônia.
Um cortejo de anjos e virgens conduzindo a almofada e alguns objetos do culto litúrgico inclusive uma almofada, enfeitava a procissão.
A entrada do cortejo no Templo Carmelitano, o Reverendíssimo Bispo foi saudado pelo hino “Esce Sacerdos Magnus” executado pela orquestra Ribeiro Bastos.
A cerimônia revestiu-se de toda beleza, piedade e imponência da liturgia católica, as bênçãos ao novo ministro de Deus, imposição das mãos, a celebração do santo sacrifício, as ordens prometidas para que em nome de Deus perdoasse, curasse e celebrasse os mistérios de Cristo enfim para que o homem, o diácono se transformasse em outro Cristo na sua missão divina.
A imponência, a piedade do ato que o levou no templo da Virgem do Carmo foi motivo da aproximação mais viva dos fiéis, foi uma recristianização do povo a Igreja. O templo estava lotado e a piedade se expandia num fervor religioso. A celebração do santo sacrifício que se seguiu quando com o bispo consagrado foi extremamente lindo e piedosa.
As festas litúrgicas tiveram seu termino feliz manifestado pela família Assis, seus pais que não olvidarama alegria de seus corações agradecidos a Deus por todas as graças recebidas.
Um lauto ajantarado continuou a parte festiva oferecido ao Exmo. Sr. Revmo. Bispo D. José Maria Pereira Lara, aos sacerdotes, aos parentes e amigos.
Um congraçamento manifestado pela alegria de todos em torno também do novo sacerdote Padre Francisco Eduardo Assis.
Grande e enorme a presença de tanta gente obrigando a família Assis a se reconhecer extremamente grata.
Era uma alegria continua tanto que prosseguiu no dia seguinte na Missa Nova do Padre Assis que teve lugar na Igreja do Carmo e o beija mão do novo sacerdote.
Não se fez esperar tão grande era a assistência dos fieis lotando o templo da Virgem do Carmo. A ordem do Carmo com grande participação da Diretoria e elevado número de irmãos prestou as solenidades do dia 12 e desse dia mais uma vez a família extravasasse sua alegria”.
(continua na próxima semana)
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