50 anos de seu falecimento
Continuação
Parte 3
Dando continuidade ao nosso trabalho de apresentar um pouco da vida e obra do grande Pe Assis, sacerdote que esteve à frente da Paróquia de Prados por mais de 30 anos, falecido em 15 de março de 1973, portanto tendo completado agora no último dia 15 de março, 50 anos de seu falecimento, trazemos aos nossos leitores pelas mãos de seu irmão Djalma Francisco de Assis, preciosas informações sobre o início da missão confiada ao saudoso Pe Assis.
“Após a ordenação exerceu sua carreira por algum espaço de tempo no comissariado da Igreja do Carmo em Substituição ao Padre João Baptista da Fonseca, exercendo em seguida a coadjutoria da Paróquia de Rio Novo.
“A messe é grande, os operários poucos”
09 de maio de 1937, mais uma vez, Maria Santíssima entra em sua vida, a nomeação para vigário de Prados.
Quando surgiu a notícia, encheu de alegria o seu coração. Uma Paróquia das maiores e piedosas de Minas, uma cidade vizinha de São João del Rei.
Prados, pela formação religiosa, culta e cívica, rica de tradições, irmanada a São João del Rei como cidade gêmea, trazendo em seu bojo um relicário de músicas celebres, 9 de maio ficou celebre para a Paróquia de Prados que via neste decreto de D. Helvécio uma benção de Deus e um rico presente recebendo com extremo júbilo tão grata nomeação Padre Assis veio substituir Padre Oswaldo Torga.
Prados se aprontou para recebe Padre Assis. Toda alegria pelos seus elementos mais proeminentes no dia 9 de maio se uniu recebendo Monsenhor Silvestre de Castro, Vigário de São João del Rei, delegado por sua Excia D. Hélvecio Gomes de Oliveira, para dar solene posse a Padre Assis, Vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Prados, o que se realizou com grande pompa, respeito e entusiasmo.
Padre Assis recebendo tão sublime missão compreendeu a responsabilidade e a honra de ser vigário da cidade presépio, a cidade gêmea de São João, a cidade de um passado de glórias nas folhas registradas no terreno religioso, culto e cívico.
Padre Assis se apressou logo ao serviço paroquial, mas antes anotaremos a trajetória de seu ministério. Após sua ordenação depois de pequeno período na Igreja do Carmo, ficou algum tempo como coadjutor do vigário de Rio Novo.
Com o apoio e a cooperação dos bons católicos e principais familiares de Prados entrou logo em ação . Os pobres foi o seu principal objetivo, os velhos desamparados. Os vicentinos foram seus auxiliares.
O natal piedosamente celebrado tinha o seu carinho, organizando ajantarados para os velhinhos e que armada mesa no adro da matriz, festivamente eram servidos pelas melhores famílias.
D. Olímpia de carvalho foi um excelente cooperadora, por vezes oferecendo vinhos da melhor procedência. Esses jantares encerravam-se com uma procissão e ato religioso na matriz.
Muita música e animação era proporcionando aos velhinhos
Com uma doação do Cel Benjamim Guimarães distribuindo 300 cobertores e 600 mts de tecidos doados por Antônio Pompeu de Campos.
Muitíssimo destacava a Legião de Maria e as senhoras da caridade.
Iniciou logo a organização paroquial e a reforma da matriz com grandes melhoramentos, alfaias e pinturas.
O natal era uma comemoração especial, além dos presentes e assistência aos pobres, as crianças tinham a sua parte com roupas e brinquedos doados pelas principais famílias.
As atividades nas capelas filiais não se fizeram esperar. Deu início logo um esquema de assistência espiritual e material a todos os seus titulares tinha comemorações solenes e piedosas.
Com a colaboração do IPHAN, não faltou a reforma da lendária matriz, as alfaias e construiu a gruta de N. Senhora de Lourdes. Procurou aumentar o patrimônio paroquial. Respeitou o patrimônio histórico no projeto da gruta e reforma da matriz que por ser tombado este monumento que ao lado das catedrais do barroco mineiro constituem uma riqueza e glória do passado.
Periodicamente organizava piedosas romarias a Aparecida do Norte que tinha a participação de grande número de pessoas de São João e paróquias vizinhas.
A devoção e o culto a N.S do Livramento em sua capela teve um surto de grande piedade e fervor, aumentando extraordinariamente todos os anos, graças a piedade do povo mais ainda aos esforços do Padre Assis, que foi incansável em organizar várias durante o ano. Em 1940 ficou marcado pelas solenes festas, comemorando o centenário da cidade e no ano seguinte como no centenário do dogma da Imaculada Conceição.
A devoção a Nossa Senhora sob qualquer invocação tinha um carácter e uma devoção que a tudo superava, merecendo de sua parte a realização de tríduo semanal mariano, novena etc
A capela filial de N. S do Livramento sofreu grandes melhoramentos devido a ser um centro de piedoso culto, centro de milagres e era sempre um constante e piedosas as romarias em busca do amparo e amor da virgem milagrosa.
Para melhor conforto dos fieis esta capela situadano topo do morro, a curta distância da sede, dois quilômetros, instalou luz elétrica, água corrente e aumentou a sacristia.
Da parte do Padre Assis, recebeu constante carinho e atenção. A parte espiritual era frequente sua assistência e de excelentes colegas em tríduos e pregações, semanas marianas e entre outros é digno de registro o Padre Ely Carneiro, Lazarista; Monsenhor Fernandes, Monsenhor Tortoriello, sempre atentos em auxiliá-lo.
Uma monstruosa romaria ficou caracterizada nessa ocasião que movimentou não só a cidade, mas todas as capelas filiais e até paróquias vizinhas.
Nesse ano, devido o intenso movimento religioso e a piedade do povo Pradense neste mês que consideramos como mês mariano, a cidade, se transformou em capital, cidade de Maria. No livro de tombo acha-se um registro especial, grande e consolador, o movimento eucarístico com o número 1712 comunhões, 110 primeiras comunhões e durante o ano 7523. As celebrações do mês de Maria prosseguiram todos os dias com muito fervor e piedade todas as noites a matriz acolhia grande número de devotos na ânsia de prestar sua homenagem a mãe celestial, recitando o terço ante o S. Santíssimo exposto e a oração do ano santo, terminando com a benção do Santíssimo. As coroações da imagem eram feitas por inocentes crianças e pelos coroinhas.
De 5 a 15 de maio realizou-se um fervoroso tríduo eucarístico nas capelas ruraes de Livramento, Caxambú, Fátima, Carandaizinho, com um ótimo fruto espriritual de 903 confissões, 1503 comunhões, 110 primeiras comunhões, 12 aulas de catecismo.
N. Senhora da Conceição como padroeira de Prados, tinha da parte do vigário uma comemoração que exigia o máximo de esplendor, especial comemoração litúrgica.
A paróquia tinha intensa movimentação em todos os setores quando a matriz se revestia das mais ricas alfaias, as mais suntuosas cortinas, paramentos belíssimos, reservados para esta ocasião, a Igreja era adredemente preparada com extremo cuidado.
A Irmandade do Santíssimo a festeira junto com as demais Associações, Filhas de Maria, Legião de Maria, congregados marianos, vicentinos, mães cristãs, Apostolado da oração, coroinhas, enfim as demais associações esmeravam-se em dar o maior esplendor aos atos, novenas e conferencias, missas, especialmente dia 8 de dezembro.
Padre Assis não poupava seus esforços, suas ideias, piedade para que Nossa Senhora comprovasse o amor de seus filhos. Padre Assis vibrava e com ele o povo.
Outra ocasião principalmente no Ano Mariano o ano da comemoração do dogma da Imaculada, as festas da Assunção de Maria tiveram uma programação gravada na história religiosa de Prados, atingindo por vezes as cidades vizinhas, capelas filiais.
Em solene peregrinação por todas as capelas, após seu tríduo era conduzida processualmente percorrida as distâncias a pé e outras pela distância em condução motorizada. As famílias se porfiavam na ornamentação em frente as suas, faixas, escudos, flores, mas para homenagear a virgem exaltando o amor a Maria.
A imagem passou 2 vezes pela cidade em demanda as capelas, recebendo sempre as melhores provas de carinho e devoção por onde passava.
A romaria se prolongou por largo tempo visitando dois grupos escolares, cinco dependências da paróquia sede, 18 casas comerciais, sete industrias e e sete repartições públicas. Ricos e pobres porfiavam em receber e prestar homenagens a Maria Santíssima, pois essas visitas eram fatores de graças e bençãos distribuídas a mãos pela providência divina.
Outra não menos importante foi as homenagens aos Sagrados Corações de Jesus e Maria em agosto. No mês de outubro assinalou-se a visita da imagem de Nossa Senhora do Livramento, 10.549 comunhões e a recitação do terço diariamente de 1º de outubro a 2 de outubro a ½ noite, às 6 ½ horas na capela do Rosário, às 7 hs na capela da Santa Casa, encerrando-se dia 1º de novembro com a santa missa e benção do Santíssimo Sacramento.
Prados vivia intensamente voltada a Maria SS. Em agosto, dias 12,13 e 14 a assunção de Nossa Senhora foi pregada pelo Revmo Padre Matias Moures em tríduo preparatório missa e pregações pela manhã, catecismos 12 horas, a noite pregação e benção do santíssimo, terminando dia 15 com uma brilhante procissão, missa cantada às 10 hs, um resultado de 3000 comunhões. A procissão luminosa foi deslumbrante, terminando com o ato de consagração aos sagrados corações, Te Deum, Benção do Santíssimo, encerrando-se com a benção papal.
Nesta ocasião foi recebida na prefeitura onde foi saudada brilhantemente pelo vereador e lavrada um decreto denominando-se Praça dos Sagrados Corações, recebendo estrondosa salva de Palmas.
Não pararam ali as homenagens a N. Senhora, neste ano mariano e sempre vivas no coração de Padre Assis, fervoroso devoto de Maria Santíssima.
O povo, as famílias principais de Prados atendendo um seu apelo entregou-lhe ouro e joias para confeccionar na Casa Pinto Ltda, no Rio, uma coroa, que solenemente foi coroada na fonte de Nossa Senhora em 8 de dezembro na presença de numeroso grupo de sacerdotes e fieis dedicados. Esta solenidade atingiu um esplendor magnífico.
Foi um ano esplendorosamente registrado na história religiosa de Prados.
Muito cooperaram para o êxito das promoções do Pe Assis, D. Maria José da Costa, D. Olímpia Carvalho, D. Maria … das Dores, Senhoras da Caridade, Filhas de Maria , Congregados Marianos, Antônio Américo e João Américo da Costa. José Campos Júnior, Getúlio Silva, Adhemar Campos e muitos outros nomes me fogem na gravação no coração de Nossa Senhora.
No intuito de prestar a maior assistência espiritual a seus paroquianos jamais descurou da parte material, conforme vimos as reformas realizadas na matriz, as capelas filiais sempre foram sua atenção.
O meio vicentino tinha nessa parte toda sua atenção e cuidado. A assistência material era olhada com extremo cuidado. O agasalho aos pobres e velhos, a alimentação, a moradia, a saúde, tudo era olhado com cuidado de pai dos pobres como um segundo São Vicente de Paula. Sabia arranjar recursos e as vezes espontâneas dadivas dos cooperadores.
Cuidava como um engenheiro agrônomo de uma lavoura destinada ao sustendo dos pobres”
Continua na próxima semana.
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