50 anos de seu falecimento
Continuação
Parte 4
Dando continuidade ao nosso trabalho de apresentar um pouco da vida e obra do grande Pe Assis, sacerdote de esteve a frente da Paróquia de Prados por mais de 30 anos, falecido em 15 de março de 1973, portando tendo completado agora no dia último dia 15 de março, 50 anos de seu falecimento, trazemos aos nossos leitores pelas mãos de seu irmão Djalma Francisco de Assis, preciosas informações sobre as obras e iniciativas do saudoso Pe Assis.
SANTA CASA
“ Aliada a saúde espiritual quis beneficiar um especial cuidado a saúde material do bondoso povo de Prados.
A assistência aos necessitados, aos carentes e ao povo estavam dentro de seus propósitos.
A fundação da Santa Casa foi uma temeridade, mas foi um grande benefício e progresso para Prados como para a região vizinha.
Este empreendimento contou com a colaboração do Cel Benjamim Ferreira Guimarães, Antônio Paulo de Campos Neto, D. Delfim e damas da sociedade.
Graças a seus esforços e prestígio foi ao Rio onde na casa mãe a curadora conseguiu número de religiosas para o auxiliar na direção da casa.
Iniciou em setembro esta obra.
No dia 6 de setembro de 1945, dois dias após seu aniversário natalício, em um misto de intensa alegria, ele transbordou de extrema alegria. O sol brilhava ostensivamente nesse dia, lançando seus raios sobre o Padre Assis, sobre as pedras do futuro edifício. Nessa obra estava depositado o auxílio, o dedo providencial de sua irmã Maria de Lourdes na congregação de S. Vicente, chamada de Irmã Jean Gabriel.
Na lista de benfeitores devemos anotar mais D. Olímpia Carvalho, Ademar Campos Junior, Getúlio Silva, José Campos Junior, José Américo da Costa, D.Maria Romana das Dores que vieram engrossar as fileiras dos ajudantes do Padre Assis. Construídos em dois pavimentos destinou o primeiro para consultório médico, farmácia, gabinete dentário, sala de curativos e operações, instalações sanitárias, cozinha. Uma das salas foi instalada a capela dedicada a virgem Imaculada e Coração de Jesus.
Neste andar também se situava o lactário infantil, o berçário e o serviço social, atendendo os carentes.
A segunda laje abrigava a enfermaria, os quartos particulares, enfermaria e quarto das enfermeiras.
Em memorável mês de julho D. Daniel Baeta Neves, Bispo auxiliar de Mariana, deu sua benção episcopal ao prédio da Santa Casa. Em função soleníssima iniciada pela celebração da Santa Missa, celebrada pelo Revmo Monsenhor José Maria Fernandes . O acto foi soleníssimo e com grande afluência.
A banda de música Sta Cecília Sob a regência do maestro José Américo da Costa, de Prados e a Banda São Sebastião de Dores de Campos, sob a regência do Professor José Sebastião Filho deram brilhantismo ao acto numa demonstração de júbilo do povo pela inauguração.
A gratidão sempre se manifestou que da parte do vigário como da população dando o nome de pavilhão Benjamim Guimarães e inaugurando seu retrato e de vários colaboradores neste edifício recém-inaugurado.
Um outro grande amigo do vigário e benfeitor, o excelente católico e exímio médico, diretor do Posto de Saúde de São João del Rei, Dr Joaquim Portugal, beneficiando a Santa Casa com o Posto sanitário de saúde que foi apadrinhado pelo Pradense José Campos Junior e senhora, quando usava da palavra o então prefeito Getúlio Silva.
Terminou com uma sessão litero musical no cine-teatro S. Vicente sob a direção do Prof. Ademar Campos, um dos grandes cultores da arte em Prados, usando da palavra excelentes oradores.
CONFERÊNCIAS
Em 1938 por ocasião das comemorações do Congresso Eucarístico de Recife , fez uma brilhante conferência exaltando a presença de Cristo Eucarístico nas terras brasileiras exaltando a figura de Cristo, seu amor aos homens e protetor celeste, uma conferência que arrancou aplausos.
Não para aqui o valor de sua cultura, foi escolhido por D. Orlando Chaves para saudar sua Santidade o Papa Pio XII cujas palavras foram vestidas de reconhecimento e respeito ao chefe da Igreja na terra, impressionando enormemente a plateia, aos colegas e a D. Orlando Chaves.
Convidado várias vezes para palestras conferências e sermões, sempre se fez ouvir com sucesso e respeito contando as glórias da Santa Igreja.
QUARESMA/SEMANA SANTA
Segundo um velho costume de sua terra a cidade de Prados arrasta no seu cotidiano as velhas tradições religiosas a sociedade arraigada piedosamente as solenidades litúrgicas que viveram de nossos antepassados e que Padre Assis jamais deixou de valorizar a história a favor de seu povo católico até o mais íntimo de coração.
A quaresma tinha nos atos litúrgicos, na tradição o valor, o sentimento cristão do bom povo de Prados, na música, nas composições próprias expelindo aquele perfume de piedade do drama da caminhada de Jesus carregando a pesada cruz debaixo dos açoites de seus algozes e das doses que dilaceravam o coração maternal de Maria.
Jesuítas e Redentoristas, colegas do vigário, com dedicação e esforço estavam sempre colaborando para que os sentimentos espirituais tivessem o mais alto êxito .
As via-sacra palmilhada passo a passo tinham continuidade no translado (procissão) do Senhor em preparação para procissão do encontro, ato religioso que era seguido com profundo respeito e recolhimento.
O domingo de ramos tinha da parte dos paroquianos a correspondência uma recepção ao filho de David. Cantava o povo unido a seu vigário recebendo Jesus.
Os ofícios, as funções da Semana Santa seguinte em que a Igreja se cobria de intenso luto preparada religiosamente e o povo correspondia com vivo afeto religioso.
Quinta feita santa, a exaltação da Eucaristia, a Igreja adornada festivamente exibindo suas ricas alfaias prestava as suas homenagens ao próprio Jesus presente no pão e no vinho da Santa Celebração.
Era de se ver o carinho, o esforço do Padre Assis para que os frutos da instituição da eucaristia tivessem o maior êxito, a mesa eucarística tornasse pequena diante da afluência dos fieis.
Sexta-feira santa, o luto e o respeito era devidamente observado e acompanhando os ofícios do dia.
O precioso corpo de Jesus envolto em mortalha, o povo rezando seguia o vigário a frente conduzindo -o piedosamente. A Igreja sempre repleta atendia ao incansável vigário nos atos celebrados.
Aleluia, com quanta ansiedade era esperada, a ressurreição de Cristo. Na Igreja já despida de luto material aparecia mais esplendorosas, mais festiva, tudo o Padre preparava com cuidado poque tinha um pendor delicado para dar, bom gosto para ornamentar.
Aleluia canta o Padre, canta a orquestra, cantam os fieis unidos, saudando o Senhor.
A procissão do triunfo coroa a cerimônia da Semana Santa. Todo brilho, toda a beleza e piedade o povo manifesta na sua alegria e nos cumprimentos a seus vigário que satisfeito diante a cooperação de seus paroquianos vai agora prosseguir nos seus trabalhos paroquiais.
E por ahi segue todo o trabalho , todo o esforço do Pe Assis para o progresso de sua paróquia.
A COLABORAÇÃO DOS COLEGAS
A vida paroquial exigia o máximo dos esforços no atendimento espiritual, quer nas solenidades programadas como no atendimento pessoal e espiritual.
Contava sempre com o apoio de Padre Ely Carneiro da Congregação dos Lazaristas.
D. Oscar de Oliveira, quando seu superior, demonstrou profunda admiração pelo seu trabalho e que quando em visita pastoral gravou no livro do tombo um extenso elogio.
No governo diocesano de São João del Rei inúmeras vezes obteve a colaboração de D. Delfim como o apoio de D. José D’Angelo, D. Daniel, Bispo auxiliar, deixaram na paróquia uma folha considerável de serviços e de amizade.
Na Diocese de São João del Rei foi distinguido por D. Delfim com a sua nomeação para participar do cabido Monsenhor José Maria Fernandes, Monsenhor Tortorielo, Monsenhor Silvestre de Castro, Cônegos Paiva, Lustosa, Padres Lazagna, Padre Arlindo Vieira, Cônego Henrique Magalhães, Padre Antônio Lopes, Padre Juvenal, Frei Osmando e outros franciscanos como Frei Jordano, jesuítas, Verbitas, Redentoristas, Padre Matias José R. , Felix Felipe, Ventura, Felix, salesianos e outros colegas sempre reforçaram as atividades no paroquiato do Pe. Assis.
Em 27 de julho de 1961 pela Bula assinada por D. Delfim foi nomeado Conego, tendo a Paróquia de Prados como rede de Forania.
Foi a 4ª vigarania foranea criada pela Bula e decreto “Cristus Dominus”, cargo que ocupou satisfatoriamente não só pela sua humildade, mas pela sua cultura.
A Forania constitua-se das seguintes paróquias:
Arcângelo, Barroso, Cel Xavier Chaves, Dores de Campos, Emboabas, Lagoa Dourada, Prados e Resende Costa.
FUNDAÇÕES
No esforço de uma continuação a vida paroquial e ao progresso de Prados, sua atuação estava sempre em evidencia.
Fundou várias Associações e estabelecimentos de cultura e ou mais dando mais vida e melhoramentos.
A Congregação Mariana S.Luiz que congregando jovens honrava Maria SS , arregimentando homens devotos de Maria.
A Associação das Filhas de Maria Imaculada, moças puras, virtuosas, formando uma legião de verdadeiras cristãs, devotas do culto a Nossa Senhora.
As obras do tabernáculo que com extrema dedicação cuidava das alfaias, das rouparias da Igreja e que chegou a executar paramentos de rara beleza e sumo valor.
A cruzada eucarística formada por crianças que davam seus coraçõezinhos puros a Jesus Eucarístico.
A Legião de Maria e outras Associações.
No campo material o ginásio São José para juventude, grupos escolares na cidade e em Pinheiro Chagas.
Lactário infantil, gabinete odontológico, dispensário médico, Lavoura dos Pobres, Dispensário e várias assistências sociais. Enfim suas atividades tinham um ritmo continuo” .
Continua na próxima semana.
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