A cidade de Prados, estará abrigando nos próximos dias diversos eventos de cultura, artesanato e lazer, visando homenagear a cidade, nossa coluna traz para nossos leitores uma deliciosa poesia de autoria de minha querida irmã Rosemeire M. de Carvalho Goulart, que nos faz caminhar pelas ruas tricentenárias de nossa acolhedora cidade. Não deixem também de ouvir o áudio do poema, declamado pela própria autora.
Me vejo criança
Subindo ladeiras
Sem hora marcada
Nem destino certo
A inventar brincadeiras
Co’a criança mais perto.
Com o velho parar
Prá ouvir suas histórias
A estrela contemplar
Entender suas memórias
Correr na cidade,
Felicidade!
Montanhas te cercavam
Mas não eras pequena
Eu era feliz
Meu mundo infinito,
E hoje há quem diz,
Não haver, amor mais bonito.
Minha doce Prados
Minha doce amiga
Eu jurava que se chorasse na rua,
Consolarme-ia com um pedaço de lua.
Me vejo jovem,
Subindo ladeiras,
Sem tempo pro velho.
Sem olhos pra estrela.
Querendo buscar
Atrás da montanha,
Um novo horizonte
Um belo horizonte.
E na melancolia do olhar,
Já estavas pequeno
Não mais sereno.
Pequeno mundo,
Já não me consolas;
Tua paz me angústia.
Te digo adeus neste dia.
Não vou voltar!
Me vejo distante
E por um instante
Creio ser feliz.
Luto, sofro
Acho até que amo.
Um dia entendo
Felicidade ilusória.
Volta-me a memória,
Minha doce Prados.
E Volto, tal qual filho pródigo,
De mão vázia,
Me recebe com lindo dia.
Volta a ser infinito
Pequeno-mundo-infinito,
És tão bonito!
Hoje me vejo na janela
O tempo passou
Tão velha estou.
Já não posso subir ladeiras
Parar com o velho, não posso
Mais,
O velho sou eu.
A estrela ainda contemplo.
Minha doce Prados,
Da janela não a vejo inteira.
A janela é o meu horizonte;.
Sou feliz assim,
e sua minúscula parte
É minha companheira.
Escuto antigos segredos:
Telhados me contam sonhos,
Portões sentiram temores
Calçadas levaram amores,
Árvores motivos louvores.
Minha doce amiga!
Hoje minha neta
Dá seus primeiros passos;
E dou os últimos.
E amanhã Prados,
Se não vires a janela se abrir,
Se não me vires sentada a sorrir,
Não fiques triste ou chores por mim.
Não é o meu fim.
Eu estarei de novo subindo ladeiras,
De novo poderei
Contemplar te inteira
Pois la dê cima,
És mais verdadeira
Ah, minha doce Prados,
Como te amei!
Rosemeire M. de Carvalho Goulart
*O conteúdo desta coluna é de exclusiva responsabilidade de seu autor. As colunas são um campo aberto para os seus autores, e quaisquer opiniões nelas, não é uma opinião do Prados Online.
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