O Gato Preto trouxe para a avenida o enredo: “Mulheres de ouro: “Hipólita Jacinta, inspiração de ontem, empoderamento de hoje.” E a Magalhães Gomes ficou pequena diante da mulherada que foi homenageada.
Se enganou muito quem pensou que o tema se resumiria a nossa ilustre conterrânea Hipólita Jacinta, a única mulher reconhecida como inconfidente. Hipólita foi apenas a base para uma homenagem muito maior.
Já na comissão de frente, o carnavalesco trouxe o empoderamento feminino, as bailarinas começaram como lavadeiras, simbolizando o limitado espaço que as mulheres tinham no passado, em dado momento elas entravam no casebre presente no primeiro carro alegórico, ele girava, o casebre se tornava um casarão e dali as mulheres saíam modificadas, como esportistas, executivas e outras posições de destaque, as quais com muita luta as mulheres conquistaram ao longo do tempo.
Na parte de trás desse carro havia ainda um painel com fotos de mais de 800 mulheres pradenses, ou que tem sua história ligada à nossa cidade. Em um segundo carro, a homenagem foi a mulheres de destaque nacional e mundial. Algumas das homenageadas ali foram a pintora Frida Carlo e a brasileira Maria da Penha, que deu nome a famosa lei de proteção as mulheres. Nessa alegoria, duas pradenses estiveram em destaque: Débora Malta, cientista mundialmente conhecida, e Aparecida Dantas, que faleceu recentemente e era uma figura de extrema importância dentro da agremiação.
A rainha Gracinha é cadeirante, e é por si só um exemplo de empoderamento feminino, certamente foi uma escolha muito feliz da comissão, e ela trouxe em sua saia, uma homenagem a outras mulheres, mulheres que fizeram a diferença na vida dela própria, e dos pradenses.
E você que chegou até aqui no texto e que imaginou que já não dava pra homenagear mais ninguém, errou… em dado momento, a feroz bateria nota 10 do Mestre Nem parou e cedeu o espaço pra elas: Um coral formado por mulheres, e que levou o nome da saudosa “Nadir Ladeira” cantou a música “mulher brasileira” de Benito di Paula, acompanhada no teclado pela madrinha da bateria, Telma ladeira. E com o coro de todos e todas que assistiam, ali a homenagem as mulheres foi amplificada, a homenagem não era mais para a Hipólita, para a Aparecida ou uma das outras mulheres destacadas no desfile, a homenagem passava a ser para todas as mulheres (video abaixo).
O desfile foi lindo, foi possível observar que muitas passistas veteranas retornaram pra avenida, e muita gente jovem chegou pra agregar ao Gato, além é claro da presença de figuras icônicas do GP, vale uma menção também a bela fantasia da ala das baianas.
Os desfiles do Gato Preto aconteceram no domingo e na segunda-feira, colorindo o céu e a avenida de azul. Parabéns aos organizadores.
*Imagens: Clélia Miranda/ Gato Preto.
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