Pe Assis, sempre teve uma grande preocupação com os pobres edesvalidos da comunidade pradense, tanto é que com apenas 33 anos, inicioua construção do prédio que se transformaria na Santa Casa da Paróquia Prados,O irmão do padre, Djalma Assis em manuscrito sobre a vida do Pe Assis assimnos relata:“Aliada a saúde espiritual quis beneficiar um especial cuidado a saúdematerial do bondoso povo de Prados.A assistência aos necessitados, aos carentes e ao povo estavam dentrode seus propósitos.A fundação da Santa Casa foi uma temeridade, mas foi um grandebenefício e progresso para Prados como para a região vizinha.Este empreendimento contou com a colaboração do Cel BenjamimFerreira Guimarães, Antônio Paulo de Campos Neto, D. Delfim e damas dasociedade.Graças a seus esforços e prestígio foi ao Rio onde na casa mãe acuradora conseguiu número de religiosas para o auxiliar na direção da casa.Iniciou em setembro esta obra.No dia 6 de setembro de 1945, dois dias após seu aniversário natalício,em um misto de intensa alegria, ele transbordou de extrema alegria. O solbrilhava ostensivamente nesse dia, lançando seus raios sobre o rosto do PadreAssis, sobre as pedras do futuro edifício. Nessa obra estava depositado o auxílio,o dedo providencial de sua irmã Maria de Lourdes da congregação de S. Vicente,chamada de Irmã Jean Gabriel.Na lista de benfeitores devemos anotar mais D. Olímpia Carvalho, AdemarCampos Junior, Getúlio Silva, José Campos Junior, José Américo da Costa,D.Maria Romana das Dores que vieram engrossar as fileiras dos ajudantes doPadre Assis. Construídos em dois pavimentos destinou o primeiro paraconsultório médico, farmácia, gabinete dentário, sala de curativos e operações,instalações sanitárias, cozinha. Uma das salas foi instalada a capela dedicada avirgem Imaculada e Coração de Jesus.Neste andar também se situava o lactário infantil, o berçário e o serviçosocial, atendendo os carentes.A segunda laje abrigava a enfermaria, os quartos particulares, enfermariae quarto das enfermeiras.Em memorável mês de julho D. Daniel Baeta Neves, Bispo auxiliar deMariana, deu sua benção episcopal ao prédio da Santa Casa. Em funçãosoleníssima iniciada pela celebração da Santa Missa, celebrada pelo RevmoMonsenhor José Maria Fernandes. O acto foi soleníssimo e com grandeafluência.A banda de música Sta Cecília Sob a regência do maestro José Américoda Costa, de Prados e a Banda São Sebastião de Dores de Campos, sob aregência do Professor José Sebastião Filho deram brilhantismo ao acto numademonstração de júbilo do povo pela inauguração.A gratidão sempre se manifestou tanto da parte do vigário como dapopulação dando o nome de pavilhão Benjamim Guimarães e inaugurando seuretrato e de vários colaboradores neste edifício recém-inaugurado.Um outro grande amigo do vigário e benfeitor, o excelente católico eexímio médico, diretor do Posto de Saúde de São João del Rei, Dr JoaquimPortugal, beneficiando a Santa Casa com o Posto sanitário de saúde que foiapadrinhado pelo Pradense José Campos Junior e senhora, quando usava dapalavra o então prefeito Getúlio Silva.Terminou com uma sessão litero musical no cineteatro S. Vicente sob adireção do Prof. Ademar Campos, um dos grandes cultores da arte em Prados,usando da palavra excelentes oradore”..FESTA DO LIVRAMENTOCom o apoio de tantas pessoas generosas, assim como de toda acomunidade o sonho de um hospital para atender aos mais necessitados foi setornando realidade, mas como manter tal Instituição ? A Paróquia assumia assima incumbência da manutenção da Santa Casa, para tanto Pe Assis, um devotoexemplar de Nossa Senhora, sob qualquer invocação, incentivou em muito oculto a Nossa Senhora do Livramento, assim como a realização de movimentosde barraquinhas, leilões e muitos mais para serem os fundos arrecadadosdedicados exclusivamente para a manutenção da sonhada Instituição decaridade.Assim também nos conta em seus manuscritos Djalma Assis:“A devoção e o culto a N.S do Livramento em sua capela teve um surtode grande piedade e fervor, aumentando extraordinariamente todos os anos,graças a piedade do povo mais ainda aos esforços do Padre Assis, que foiincansável em organizar várias homenagens durante o ano. O ano de 1940 ficoumarcado pelas solenes festas, comemorando o centenário da cidade e no anoseguinte como no centenário do dogma da Imaculada Conceição.A capela filial de N. S do Livramento sofreu grandes melhoramentosdevido a ser um centro de piedoso culto, centro de milagres e era sempre umconstante e piedosas as romarias em busca do amparo e amor da virgemmilagrosa.Para melhor conforto dos fieis esta capela situada, situada no topo domorro, a curta distância da sede, dois quilômetros, instalou luz elétrica, águacorrente e aumentou a sacristia “.Pe Assis, foi idealizador da Santa Casa, provedor de 1950 a 1970, lutouincansalvemente pela sua manutenção, até sua morte em 1973, para estecusteio Pe Assis sempre teve a Festa do Livramento, como ponto forte naarrecadação de fundos, contando sempre com grandes benfeitores, assim comtoda a população que não media esforços em colaborar com os seus parcosrecursos com a casa de saúde dos pradenses, que tanto bem fazia ao maisnecessitados da comunidade.A Santa Casa passou a receber recursos públicos somente em 1977 coma criação do INAMPS, tendo sido substituído pelo SUS, pela Constituição de1988.Ainda hoje os recursos arrecadados com a Festa de Nossa Senhora doLivramento continuam contribuindo e muito com a manutenção da nossa SantaCasa, pois os custos aumentam a cada dia e o dinheiro recebido do SUS nãosão suficientes para fazerem frente a estes gastos.
*O conteúdo desta coluna é de exclusiva responsabilidade de seu autor. As colunas são um campo aberto para os seus autores, e quaisquer opiniões nelas, não é uma opinião do Prados Online.
Prados Online
2012 Prados Online | cnpj: 15.652.626/0001-50