A expedição de moto que partiu de Prados e Barroso no último dia 14 já rendeu histórias emocionantes, paisagens deslumbrantes e momentos de superação. Felipe Sousa, de Prados, ao lado dos barrosenses Andreliano e Dilson Damasceno, compartilhou com nossa redação detalhes da viagem que já percorreu mais de 4.800 km em oito dias, passando por Brasil, Paraguai, Bolívia e Chile.
Da planície ao calor extremo
O grupo iniciou a jornada ainda de madrugada, sob 13 °C, em direção a Presidente Epitácio (SP). Logo no primeiro dia, a estrada os presenteou com contrastes: temperaturas que chegaram a 38 °C e um longo trecho até o Rio Paraná, onde registraram as primeiras imagens marcantes.
Já no Paraguai, o calor foi ainda mais intenso, 42 °C, e as retas intermináveis em meio a plantações desafiaram os motociclistas.
Bolívia: paisagens e desafios
Na entrada pela Bolívia, em Villamontes, os aventureiros enfrentaram dificuldades com câmbio, já que cartões não são aceitos na maioria dos lugares. Apesar disso, encontraram solidariedade no caminho, fizeram amizade e puderam seguir viagem.
As recompensas vieram rápido: paisagens imponentes e o encontro com pessoas acolhedoras. A travessia pela Cordilheira dos Andes até Potosí trouxe um dos momentos mais intensos da expedição: a 4.000 metros de altitude, os três sentiram os efeitos do mal da montanha: tontura, enjoos e dores de cabeça, e encontraram alívio nas tradicionais folhas e chá de coca.
De lá, seguiram para o Salar de Uyuni, um dos pontos altos da jornada. Foram mais de 100 km rodados sobre o deserto branco, até a famosa Ilha dos Cactos. Um cenário que parece de outro planeta, registrado em fotos que ficarão para sempre na memória.
Entre vulcões e o deserto
A despedida da Bolívia veio acompanhada de novas paisagens de tirar o fôlego: vulcões, salares e altitudes que chegaram a 4.500 metros. Já no Chile, o trio alcançou a cidade de Calama, após mais de 70 horas pilotando e enfrentando temperaturas que variaram de 2 °C a 42 °C, além de fortes rajadas de vento que chegaram a empurrar as motos de lado.
Em San Pedro de Atacama, o frio surpreendeu: –9 °C na visita aos gêiseres da região. Mesmo com o desconforto, Felipe descreve a experiência como inesquecível.
O Pacífico e a Ruta 1
Na sequência, seguiram rumo ao litoral chileno, até Tocopilla, onde tiveram o primeiro contato com o Oceano Pacífico. Ali, viveram um dos momentos mais emblemáticos da viagem: rodaram pela Ruta 1, parte da lendária Panamericana, estrada que conecta a Terra do Fogo, no extremo sul, até o Alasca. O encontro entre o deserto e o mar proporcionou imagens espetaculares.
Ainda no Chile, conheceram um dos símbolos dos motociclistas do mundo todo: La Mano del Desierto, uma escultura monumental que emerge no meio do Atacama e que simboliza resistência e humanidade em meio à vastidão.
Rumo à Argentina
Agora, depois de atravessar quatro países, Felipe, Andreliano e Dilson seguem rumo a Salta, na Argentina, onde continuarão vivendo essa aventura que já se mostrou muito mais do que uma simples viagem: é uma verdadeira imersão em culturas, paisagens e emoções que só uma expedição de moto pela América do Sul pode proporcionar.
Clique aqui para rever a matéria que contou sobre essa expedição. O Prados Online segue com eles, e em breve a gente conta mais dessa aventura.
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