VULTOS DA HISTÓRIA DE PRADOS

DR. MANOEL DE MAGALHÃES GOMES

A coluna que tenho a honra de  manter neste site, tem procurado levar aos leitores algumas “histórias de ouvi, histórias que vivi”, seja com histórias reais de nossa cidade, alguns causos e mensagens diversas que mantenho em meu canal no Youtube, “ Ismar Carvalho “.

Com este artigo, pretendo iniciar a  apresentação de  dados biográficos sobre vultos históricos e personalidades de destaque naturais de Prados ou que aqui criaram raízes, assim como cidadãos que deram o nome a ruas do Município.

Nosso primeiro homenageado será o Dr. Manoel de Magalhães Gomes, ilustre Juiz de Direito, que por aqui exerceu a judicatura no início do século passado, figura que dá o nome a nossa via principal – Avenida Dr. Magalhães Gomes.

José Bonifácio Vale, em seu magnífico livro “Prados, história e tradição”, que está em seus preparativos finais para edição, nos traz um artigo   do antigo jornal Semanário local  “Cidade de Prados” sobre o Dr Magalhães Gomes:

                “ Nasceu o Dr. Manuel de Magalhães Gomes, na cidade de Ouro Preto, a 23 de setembro de 1860, e pertencia à família Magalhães Gomes, uma das mais distintas e numerosas que conta o Estado.

            Feitos os seus preparatórios em sua província natal, matriculou-se na Academia de Direito de São Paulo, onde se bacharelou, depois de um curso brilhante.

            Volvendo à cidade de seu nascimento, aí se colocou logo no cargo de promotor público, que digna e inteligentemente desempenhou.

            Elevado mais tarde ao Juizado de Direito, exerceu ele a judicatura em diversas comarcas do Estado, para aqui se removendo, onde viveu muitos anos cercado da estima e consideração da população local.

            Ao seu gênio empreendedor e benfazejo deve esta cidade serviços ponderáveis, com que se aprazia secundar a administração municipal, da qual era amigo dedicado e prestativo.

            Entre o justo e o razoável, conseguia às vezes eximir-se de praxes caturras e ronceiras, tão geralmente observadas na, já em si, maçuda prática forense, com aprazimento das partes e sem prejuízo da Justiça.

            Suas mãos não se cansavam em fazer o bem. Tinham os órfãos em S. Exª antes um pai carinhoso, que um protetor legal.

            Tendo-se entregado com excesso, a urgentes serviços de seu cargo, obrigado a longas e penosas viagens e vigílias, em desempenho desses deveres, fora vitimado por lesão cardíaca, que, certo, se agravara em conseqüência de tantos e intensos esforços; faleceu, repentinamente, a 27 de junho de 1912, em um quarto da pensão “Colombo”, no Rio de Janeiro.

            Foi um dos maiores propulsores do progresso local. O abastecimento de água potável e a mais bela rua, a que se estende de leste a oeste desta cidade, e a qual foi dado o nome ilustre extinto, nele, Dr. Magalhães, tiveram seu mais ardoroso paladino “.

Dario Cardoso Vale, na mais completa obra sobre Prados “ Memória Histórica de Prados” nos brinda com informações sobre preciosas sobre nosso homenageado:

“ A nossa via principal – a Avenida Magalhães Gomes, foi aberta no início do século, por iniciativa do Juiz de Direito da Comarca que então era, o Dr. Magalhães Gomes.

A abertura dessa Avenida constituiu um marco na história de nossa comunidade, pois com ela transformou-se completamente a nossa Urbs, que até então estava restrita a poucas ruelas e becos estreitos e tortuosos. Dizem os mais antigos que os serviços de abertura da dita Avenida que guarda o nome  do Magistrado, foram feitas em grande parte com a cooperação dos meninos do Grupo Escolar, com as despesas pagas muitas vezes por conta do referido Dr. Magalhães. Nessa Avenida foram construídas , logo depois muitas e boas residências mais modernas tendo sido também plantadas árvores ao longo de toda ela.

Como era de se esperar , este acontecimento ( abertura da rua nova ) ficou na boca do povo por muito tempo. Era assunto da época, a ponto de até as revistinhas caligráficas e caricatas “ Careta” e “A Gazeta” que estavam circulando na ocasião ( entre 1907 e 1908) destinadas a meninada local tecerem comentários jocosos ao fato. Haja vista o que passamos a transcrever a seguir: o nº 4 da revistinha manuscrita “Careta” de 01.09.1908, diz na 2ª página: “ Não seria mau, ao contrário , tornar-se-ia o Sr. Dr. Viviano Caldas credor de mais um benefício prestado á população, se S.S. mandasse de vez em quando, um irrigação na Avenida Magalhães. A poeira que se levanta dessa Avenida é insuportável e muito prejudicial á saúde pública.

Em 16.01.1918 é lida, em plenário da Câmara Municipal, uma petição do Sr Eduardo Reis e outros sobre o extermínio das árvores na Rua Magalhães Gomes, sob a alegação de que as mesmas estavam  prejudicando os prédios a elas vizinhos. “

*O conteúdo desta coluna é de exclusiva responsabilidade de seu autor. As colunas são um campo aberto para os seus autores, e quaisquer opiniões nelas, não é uma opinião do Prados Online.

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