Em vigor desde 19 de outubro do ano passado, o horário de verão é aplicado em dez Estados (Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo) e Distrito Federal. Durante o horário de verão, os relógios são adiantados em uma hora.
Segundo o ministro, em entrevista exclusiva ao “Jornal Nacional”, será realizada uma reunião na próxima quinta-feira(12) para que seja tomada uma decisão.
A hipótese de estender o horário de verão leva em consideração a crise do setor elétrico, agravada pela pouca chuva verificada no Sudeste e Centro-Oeste recentemente, o que tem afetado os níveis dos reservatórios das hidrelétricas. De acordo com registros do ONS, com uma hora a mais de luz natural, a demanda no horário de pico diminui 2.065 MW no subsistema Sudeste/Centro-Oeste e 630 MW no subsistema Sul, correspondendo a uma redução de 4,6% e 5,0%, respectivamente. Na edição anterior, a adoção do horário especial permitiu economia de R$ 400 milhões.
Na ultima quarta-feira(4), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aumentou de 4,9% para 7,3% o risco de desabastecimento de eletricidade na região Sudeste/Centro-Oeste neste ano. A alteração significa a admissão de que o risco de falta de luz ultrapassou o limite de 5% tolerado pelo Conselho Nacional Política Energética (CNPE). Para a região Nordeste, o risco manteve-se estável em 1,2% neste ano. Esses números consideram a série histórica de chuvas dos últimos 82 anos.
Na entrevista exibida no JN, Braga ressaltou ainda que a termelétrica de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul reforçará o abastecimento ao sistema elétrico nacional. Essa usina está localizada na fronteira com a Argentina e, para funcionar, depende de um gasoduto que corta o país vizinho.
Originalmente, essa termelétrica foi construída considerando a possibilidade de ser abastecida com gás argentino, mas o fornecimento foi suspenso. Diante dessa situação, o Brasil levou navios com gás até Bahía Blanca, no litoral argentino, e de lá, pelo gasoduto, o combustível foi transportado até a termelétrica de Uruguaiana. A usina tem capacidade instalada de 639 MW.
Bandeiras tarifárias
A proposta do governo para revisão das bandeiras tarifárias prevê um aumento de 83% para bandeira vermelha e de 66,7% para bandeiras amarelas.
As bandeiras tarifárias definem as cobranças extras sobre a energia quando são usadas formas suplementares de abastecimento, como as termelétricas, que têm custos mais altos do que as hidrelétricas.
Na ultima quinta feira, o ministro Eduardo Braga havia garantido que esse aumento não seria superior a 50%. O valor máximo cobrado atualmente, da bandeira vermelha, prevê um aumento da conta de luz de R$ 3 a cada 100 kilowatt-hora (kWh). A ideia agora é que esse valor passe para R$ 5,50 pela mesma quantidade de energia consumida.
Os novos valores foram levados para aprovação da diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na ultima sexta-feira (6) durante reunião extraordinária.
A bandeira vermelha, mais cara, vai indicar não apenas que as usinas térmicas estão sendo usadas em larga escala, mas também que as empresas estão tendo de comprar muita energia extra para atender a demanda ou que o risco hidrológico aumentou (diferença entre energia contratada e a entregue pelas geradoras).
No caso da bandeira amarela, que sinaliza uma situação intermediária desses gastos, o valor que será proposto será de R$ 2,50.
Atualmente o preço adicional a cada 100 kWh consumidos é de R$ 1,50 quando a bandeira está nesta cor. Um aumento de 66,7%.
A Aneel ainda irá submeter as alterações por audiência pública. Após esse período, que deve ser curto, os novos valores começam a valer. Ao que tudo indica, já para o mês de março.
Com informações do jornal O Tempo
Publicado em 09/02/2015
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