Como acontece todos os anos, no dia 21 de abril, o Governo de Minas é simbolicamente transferido de Belo Horizonte para Ouro Preto, e ali é entregue a uma série de homenageados aquela que é tida como a maior honraria de nosso estado, a medalha da inconfidência. Ela é entregue a pessoas e instituições que se destacaram por seus atos.
Em cerimônia marcada por protestos, ao todo, 141 pessoas foram agraciadas com a medalha. O principal homenageado é o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
O governador Pimentel discursou por cerca de 15 minutos destacando o legado deixado por Tiradentes. Durante sua fala foram ouvidas muitas vaias e protestos. O ministro do Supremo, Ricardo Lewandowski, também foi alvo. Fernando Pimentel chegou a dizer, na abertura de seu discurso, que respeitava as vozes contrárias, mesmo que elas usem “palavras equivocadas”. Durante vários momentos, gritos como “Pimentel traidor” foram entoados pelos manifestantes. A Polícia Militar calcula que cerca de três mil pessoas ficaram do lado de fora da Praça Tiradentes, em Ouro Preto. Aproximadamente 600 ocuparam o espaço destinado ao público.
Criada em 1952 pelo governador Juscelino Kubitscheck, a Medalha da Inconfidência possui quatro designações: Grande Colar, Grande Medalha, Medalha de Honra e Medalha da Inconfidência. Entre os homenageados deste ano estão médicos, professores, advogados, atletas, empresários, artesãos, ministros e secretários de Estado, parlamentares, integrantes do Judiciário e do Ministério Público.
Protestos
Durante toda a cerimônia foram feitos muitos protestos. A CUT e o Sind-UTE estimaram 2,6 mil pessoas nas manifestações em Ouro Preto contra o projeto da terceirização e pelo pagamento do piso nacional da educação. Muitos manifestantes se vestiram de preto e houve panelaços no local.
Não só em Ouro Preto, mas por toda a Minas Gerais, os cidadãos questionaram a lista de agraciados com a honraria que trouxe nomes polêmicos, incluindo o Líder do MST João Pedro Stédile (mostrado na foto principal desta reportagem). A entrega de nossa maior honraria ao líder de um movimento que promove invasões e depredações não soou nada bem aos olhos dos cidadão de bem, muito pelo contrário, soou como um açoite ao estado de direito.
O governo do estado não quis se pronunciar sobre os protestos ou sobre o porquê de cerca de três mil pessoas ficarem de fora, mesmo tendo espaço na praça.
Publicado em 22/04/2015
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