É difícil mapear a violência sexual contra crianças e adolescentes no país, principalmente porque, segundo o Governo Federal, apenas 7% dos casos são registrados. Ainda assim, por meio do Disque 100, constatou-se que Minas é o segundo Estado com o maior número de denúncia. Na última quinta-feira (18), dia definido como de combate a esse crime hediondo, autoridades destacam a importância de se prestar queixa e procurar ajuda.
Segundo investigações da Polícia Civil em Minas, a maioria dos casos acontece dentro do próprio círculo familiar. Somente 15,5% das vítimas relataram não ter nenhum relacionamento com o agressor. São pais, padrastos, tios ou até mesmo professores.
Apesar dessa proximidade do agressor com a vítima ser recorrente, não existe perfil definido para nenhuma das duas partes, nem com relação à classe, cor ou outro tipo de segmentação. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) de Minas, o crime de assédio sexual no Estado teve um aumento de 15,2% comparando-se os dois últimos anos. Foram 131 ocorrências de assédio em 2015 contra 151 em 2016.
Conforme a Polícia Civil, Belo Horizonte, Contagem, na região metropolitana, e Ipatinga, no Vale do Aço, são as cidades com mais ocorrências registradas por violência sexual desde 2015.
Descrença por justiça e vergonha inibe denúncias
A impunidade é o maior inimigo do combate à violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, segundo a Secretária Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Cláudia Vidigal. Além do constrangimento, a certeza de que não haverá justiça é o motivo de muitas vítimas não denunciarem os casos.
Apesar de não possuir índices dos casos solucionados em Minas, a Delegada Ana Patrícia França destaca que, além da conscientização, a denúncia é o principal caminho a ser encontrado pelas vítimas.
Trabalho integrado é defendido
Incentivar denúncias e realizar trabalhos em conjunto com os envolvidos na rede integrada de atenção e combate à violência contra a criança e o adolescente são pontos fundamentais para diminuir o número de casos, segundo o Presidente do Fórum Mineiro de Conselheiros e Ex-conselheiros Tutelares, Wellington Amorim. Segundo ele, ainda não se sabe qual o percentual real de crianças e adolescentes vítimas de abusos.
Segundo o Secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda, as ações não podem ser isoladas.
Informações: O Tempo
Publicado em 22/05/2017 às 14:07 hs.
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