“Quanto mais culto um povo, melhor ele sabe tratar os inferiores e os animais. Isso demonstra grande cultura e você nunca deve esquecer.”
Simão- A Ilha Perdida de Maria José Dupré. 6ª edição 1975. Serie Vagalume.
É como já foi dito anteriormente. Nunca julgue um livro pela capa, por mais simples que seja nos trás grandes ensinamentos.
Estamos vivendo um processo de informatização e de mudanças de hábitos cíclicos inerentes ao ser humano, não significando que seja ruim. O próprio planeta muda por si só. Essa mudança nos hábitos atinge a todos os setores da sociedade, e é claro que chegaria ao templo mágico dos viciados em livros: A Livraria. Quando digo livraria, refiro-me à loja física, com todos os seus exemplares dispostos a nos seduzir, exalando todo o inebriante e mágico perfume de seus livros. Só quem é viciado em livros entende o que é entrar em uma livraria, sentir o perfume das páginas, ler sinopse, prefácio, andar naquele labirinto de prateleiras (verdadeiro ritual), ficar perdido tal qual criança em loja de chocolate, e ao sair, perceber que quase estourou o limite do cartão de crédito comprando vários exemplares que irão se juntar a outros que estão na fila para serem lidos.
Só que esse processo de informatização, junto a outros fatores (diminuição da renda, altos preço, e-books, comodidade e etc) tem levado a um fechamento quase obrigatório das lojas. Vimos em 2018 duas gigantes do ramo, Saraiva e Cultura, em processo de recuperação judicial. Só que a situação vem se agravando ao longo dos anos. Para termos uma ideia do terror para os bibliófilos (amante dos livros), foram 21 mil lojas que fecharam as portas ao longo de 10 anos, segundo dados da Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Mas apesar disso , há uma notícia boa. Em 2018 houve um aumento do número de vendas de livros, impulsionadas pelas vendas on-line, justificadas pelos preços mais baixos, comodidade e outros fatores. Mesmo assim o número de livros lidos no Brasil ainda deixa muito a desejar. O hábito da leitura começa em casa, sendo importante incentivá-lo desde cedo às crianças, lendo livros compatíveis à faixa etária. Existem livros no mercado que as páginas se transformam em cenários interativos.
Eis que surgem nesse cenário apocalíptico os sebos para aliviar esse sentimento de perda. Eles suprem essa carência de pegar nos livros, para ver, sentir, folhear. O Ponto Literário em são João Del Rei é um verdadeiro oásis para essa minha necessidade de livros e discos de vinil, esqueci de dizer, sou um musicófilo (apaixonado por música).
Portanto não se esqueçam: leiam, mas leiam tudo, pois a leitura além de nos libertar, nos dá asas, e assim nos tornamos cidadãos mais conscientes e livres.
PS: Na condição de professor e cidadão, não poderia deixar de lembrar o ataque à escola em Suzano. Atentados como esse e tantos outros que aconteceram nos deixa muito tristes. É aterrorizante essa realidade em que vivemos. Todos os dias milhares de professores vão ao seu trabalho mais por Amor que por dinheiro, e infelizmente somos tratados com descaso por governantes e algumas pessoas que não nos valorizam. Mas ainda existem alunos acreditando que um mundo melhor só pode existir através dos estudos. E é por esses pontinhos de luz que acreditamos na profissão que abraçamos. Força aos parentes e amigos das vítimas. Não vamos deixar que situações com essa nos desanimem.
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