Sobre como nascem as lendas…

Cena do filme Easy Rider (1969)

Aceitando o desafio pessoal de voltar a escrever sobre rock depois de alguns anos, passaram por minha cabeça uma série de temas dos quais gostaria de falar envolvendo o universo rock (e ainda falarei deles) … Escolher o primeiro post não é algo nada simples, mas enfim, me lembrei de uma incógnita que já me perseguiu por inúmeras vezes ao longo da minha vida: Onde, como e por que nascem as lendas? Que fatores seriam esses capazes de transformar algo que é bom em algo maior, em uma lenda?

Correndo o risco de frustra-lo, caro leitor, adianto que infelizmente não há respostas para esse questionamento no fim do texto. Mas a pergunta me dá o gancho para falar em uma compilação de fatores que criou lendas entre 1969 e 1970, as quais mexem com nossos instintos até hoje. Falo do dia em que os caminhos de uma marca de motocicleta, de uma banda e de um filme se cruzaram… dali pra frente nada mais foi como antes.

A Motocicleta

Por natureza, as motocicletas representam e proporcionam liberdade. E dentre as motocicletas algumas marcas são icônicas, e em meio a este seleto grupo citaremos brevemente a Harley Davidson, criada em 1903 quando um jovem astuto resolveu colocar motor em sua bicicleta.

A marca é reconhecida como referência por suas imponentes e marcantes motocicletas estradeiras.

A Banda

Steppenwolf é uma banda de rock canadense formada em Toronto em 1967 pelo vocalista e guitarrista John Kay. A formação inicial da banda contava ainda com Michael Monarch na guitarra, Goldy McJohn nos teclados, Rushton Moreve no baixo e Jerry Edmonton na bateria.

A banda durou apenas até 71, mas nem precisava de mais que isso para entrar pra história, pois em meio a músicas como “Magic Carpet Ride” e “Rock Me”, eles lançaram aquela que viria a ser o primeiro heavy metal da história, o hino dos motociclistas e uma das músicas que melhor simbolizam o espírito do rock, a lendária “Born to be Wild”.

O Filme

Easy Rider é cereja do bolo desse nosso texto, é um filme americano de 1969, escrito por Peter Fonda, Dennis Hopper e Terry Southern, produzido por Fonda e dirigido por Hopper.

O filme conta a história de dois motociclistas que viajam através do sul e sudoeste do Estados Unidos, com o objetivo de alcançar a liberdade pessoal.

Sem grande aprofundamento no filme que falava de liberdade e desprendimento, vale a pena ressaltar que as belas estradas americanas são o cenário, que os amigos viajam em icônicas Harley Davison e que entre a excelente trilha sonora do filme (excelente mesmo!), o destaque era Born To be Wild.

Pronto, estava feita ali a mistura perfeita…. 3 ícones se uniam, se transformavam em lendas e expressaram ao mundo todo um estilo de vida “a ser seguido”. O filme rendeu milhões, a Harley assumiu de vez seu posto histórico como “a estradeira” e Born to be Wild se tornou uma lenda com lugar cativo entre os clássicos do rock, eternamente hino dos motociclistas, música de final apoteótico dos shows de 7 a cada 10 bandas covers mundo afora e um símbolo de liberdade e da nossa cultura rock.

Apesar do pouco tempo de banda o Stepenwolf poduziu bastante coisa, eu recomendo 2 álbuns em especial, ambos de 1968: “Stepenwolf” e “The second”. Em breve retornaremos com mais histórias do universo rock, afinal, TODO DIA É DIA DE ROCK.

Rodrigo Oliveira

*O conteúdo desta coluna é de exclusiva responsabilidade de seu autor. As colunas são um campo aberto para os seus autores, e quaisquer opiniões nelas, não é uma opinião do Prados Online.

Dê sua opinião sobre este post. Comente abaixo