Paulo Freire e seu método de alfabetização

Publicado em: maio 07, 2019Categorias: Entrelinhas

Paulo Freire

O “Método de Alfabetização” concebido por Paulo Freire (1921-1997) propõe inserção do adulto iletrado no seu contexto social e político promovendo a transformação social. Suas idéias nasceram no contexto do Nordeste brasileiro a partir da década de 1950, onde metades dos seus 30 milhões de habitantes eram analfabetos. No processo de aprendizado, o alfabetizando é estimulado a articular sílabas, formando palavras, extraídas da sua realidade, do seu cotidiano e das suas vivências.

Nesse sentido, propõe aos alfabetizandos que se apropriem da escrita e da palavra para se politizarem, tendo uma visão de totalidade da linguagem e do mundo. O método Paulo Freire estimula a alfabetização dos adultos
mediante a discussão de suas experiências de vida entre si, os participantes da mesma experiência. Esse compartilhar de experiências acontecem nos círculos de cultura.

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Este método está estruturado em três etapas:
1) Etapa de Investigação: aluno e professor buscam no vocabulário do aluno e da sociedade onde vive os temas e palavras centrais de sua história de vida.
2) Etapa de Tematização: as palavras encontradas na Etapa de Investigação são interpretadas, buscando o seu significado social, conscientizando-se assim do mundo vivido.
3) Etapa de Problematização: educadores e educandos buscam superar uma primeira visão baseada no senso comum por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido.

Para Paulo Freire, a pedagogia não trata apenas das relações que se estabelecem na escola e na sala de aula. Ela está relacionada a todo um contexto de opressão social e de falta de democracia. Toda educação tem caráter político, assim como toda política é educativa. Dessa forma, o seu método dialógico não é apenas um método, mas uma práxis que propõe a libertação da opressão que predomina na nossa sociedade.

Moradores de Angicos, Rio Grande do Norte, participando do curso de 48 horas do método freiriano de alfabetização no início da década de 60.

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