A Lei Áurea, também conhecida como diploma legal que extinguiu a escravidão no Brasil, foi assinada há exatos 132 anos. Oficialmente denominada Lei Imperial nº 3.353, o instrumento legal foi o mais importante fruto de um longo e conturbado processo que perdurava por quase quatro décadas no país, que vivia sob a instabilidade do período imperial. Se você não conhece essa história, deveria se informar melhor. As crueldades impostas pelo sistema escravocrata ocidental, um dos mais tristes capítulos da civilização, já foram radiografadas diversas vezes na TV e no cinema, muitas vezes revelando personagens relevantes que nem sequer tivemos a chance de conhecer nos livros escolas.
Se você não conhece essa história, deveria se informar melhor. As crueldades impostas pelo sistema escravocrata ocidental, um dos mais tristes capítulos da civilização, já foram radiografadas diversas vezes na TV e no cinema, muitas vezes revelando personagens relevantes que nem sequer tivemos a chance de conhecer nos livros escolas.
Para lembrar a data, selecionamos seis dessas produções, brasileiras e estrangeiras —lembrando que os EUA celebram a abolição em outra dia—, que são reveladoras e têm muito a ensinar e a nos fazer refletir neste 13 de maio, para que histórias como estas jamais tenham possibilidade de voltar a acontecer um dia.
’12 anos de Escravidão’ (2013).
O longa traz a história real de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem negro livre que é sequestrado e vendido como escravo antes da Guerra Civil americana, que resultou na libertação definitiva dos escravos em 1º de janeiro de 1863. Ele então é obrigado a enfrentar 12 anos em cativeiro, lutando para sobreviver às mais violentas humilhações físicas e emocionais. É uma saga sobre justiça, triste, mas também emocional e edificante, ganhadora do Oscar de melhor filme e dirigida pelo ótimo Steve McQueen (“As Viúvas” e “Shame”). Onde ver: Netflix, Now, YouTube, Google Play, Telecine
Onde ver: Netflix, Now, YouTube, Google Play, Telecine.
‘Quanto Vale ou É por Quilo?’ (2005)
É baseado no conto “Pai Contra Mãe”, de Machado de Assis, e traça de forma inteligente um paralelo entre a situação dos escravos e a de brasileiros em condição de miséria, que são explorados por certas ONGs que captam recursos para vender a imagem de pobreza, no chamado “marketing social”. Tem Sérgio Bianchi (“Cronicamente Inviável”) na direção e Ana Carbatti, Herson Capri, Caco Ciocler e Lázaro Ramos no elenco, entre outros.
Onde ver: YouTube, DVD.
‘Quilombo’ (1984)
A coprodução Brasil-França, comandada por Cacá Diegues, mergulha nos livros “Ganga Zumba”, de João Felício dos Santos, e “Palmares”, de Décio de Freitas, para, a partir deles, traçar a trajetória mítica de Zumbi (Antônio Pompêo), o afilhado de um príncipe africano que, por volta de 1650, contestou as ideias do mentor e decidiu enfrentar o maior exército da colônia brasileira. Além de ser um bom filme com um grande elenco, que inclui Zezé Motta, Grande Otelo e Tony Tornado, serve como uma insubstituível aula de história.
Onde ver: YouTube .
‘Doce País’ (2017)
Estamos no fim dos anos 1920, e Sam Kelly (Hamilton Morris) é um aborígene de meia-idade que se salva da escravidão e vive livre com o dono de uma fazenda australiana. Mas as agruras escravocratas deixaram marcas profundas —como ainda hoje deixa. O personagem recebe a intolerância e o ódio de uma população conservadora que não aceita sua liberdade. Com Warwick Thornton (“Green Bush”) na direção, o filme venceu o prêmio especial do júri do Festival de Veneza de 2017.
Onde ver: YouTube, Google Play, entre outros.
‘Besouro’ (2009)
Outro personagem “perdido” e relevante da história brasileira, Besouro Mangangá (Ailton Carmo), um capoeirista da década de 1920 que, mesmo após a assinatura da Lei Áurea, era tratado como escravo no interior baiano. O longa permanece atual e dá voz a um dos símbolos do movimento negro brasileiro e da arte da capoeira. Ainda há um brinde: Huen Chiu Ku, coreógrafo de “Kill Bill”, foi responsável pelas belas cenas de lutas dirigidas por João Daniel Tikhomiroff (“Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood”).
Onde ver: YouTube, Google Play, DVD e blu-ray.
A Última Abolição’ (2018)
O documentário de Alice Gomes resgata os movimentos abolicionistas e defende que, sem o protagonismo dos escravos na luta pela própria liberdade, a abolição poderia ter demorado muito mais tempo e acontecido de outra maneira. Com entrevistas e análise, ressalta também o papel preponderante da organização quilombola e das revoltas no processo de emancipação, além de contrapor a ideia de que existe uma “democracia racial”. Mais uma pertinente aula de história.
Onde ver: Canal Brasil, exibido hoje (13) às 20 horas, com reapresentação na quinta (14), às 18h25, na sexta, (15), às 16h50, e no domingo (17), às 10h45.
Ainda hoje, os negros morrem mais de causas violentas no Brasil, tem menores salários e menos oportunidade. Umas das formas que temos para não repetir ou postergar erros do passado é conhecer nossa história. Boa sessão de cinema a todos!
*UOL
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