Com crescimento de 9,2% na receita e 28,4% no volume, as exportações do agronegócio de Minas Gerais já atingem US$ 6,42 bilhões no acumulado entre janeiro e setembro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram embarcadas mais de 10 milhões de toneladas em produtos.O subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, destaca a importância do agro para a economia de Minas Gerais, uma vez que o setor representou 34,4% das exportações de todo o estado.“Isso é um resultado muito positivo para a economia de Minas. O estado teve um pequeno declínio no valor geral das exportações, mas, se não tivéssemos o agronegócio, teríamos uma queda ainda maior. No saldo da balança comercial o agro contribuiu com US$ 5,9 bilhões, valor que representa 46% do saldo comercial mineiro”, afirma Albanez.Câmbio e alta demandaSegundo Manoela Teixeira de Oliveira, assessora técnica da Superintendência de Inovação e Economia Agropecuária (Siea) da Seapa, este bom resultado está atrelado a dois principais fatores: o câmbio favorável ao comércio exterior e a alta demanda de compras da China. “Cerca de 30% das nossas exportações foram para a China. Em comparação com 2019, as compras do país asiático cresceram 125% neste ano”, destaca.Nestes nove meses, a agropecuária mineira enviou seus produtos para 168 países, sendo os principais China (US$ 1,88 bilhão); Estados Unidos (US$ 621,41 milhões); Alemanha (US$ 599,27 milhões); Itália (US$ 391,83 milhões); e Japão (US$ 249,65 milhões).“Minas Gerais tem conseguido manter seus produtos competitivos no mercado internacional, mesmo nesse período de pandemia. A oferta regular de café, soja, açúcar e carnes vem garantindo boas negociações e acumulando recordes históricos neste ano”, acrescenta Manoela.VendasOs bons resultados não foram apenas no acumulado do ano. Considerando apenas as vendas de setembro, as exportações alcançaram US$ 730,38 milhões. Este valor foi o melhor resultado para o mês desde 2014.O superintendente de Inovação e Economia Agropecuária da Seapa, Carlos Eduardo Bovo, faz uma boa projeção para o período pós-pandemia.“A gente percebe que alguns países, como China, Estados Unidos e Alemanha, vêm ampliando a procura por alimentos e produtos agropecuários e agroindustriais, que é um fator favorável. O estado está preparado para aproveitar essas oportunidades, devido ao bom desempenho que estamos acompanhando ao longo dos últimos anos, com safras recorde, aumento de produtividade e produtos de qualidade”, argumenta Bovo.Mais exportadosA pauta exportadora do agronegócio de Minas Gerais segue liderada pelo café e seus derivados, que representam 40% de todas as vendas, com um total de US$ 2,56 bilhões. Ao todo, foram embarcadas 12,5 milhões de sacas de 60 kg.“O café mineiro foi enviado, principalmente, para a Alemanha, que adquiriu, neste ano, 4 milhões de sacas, totalizando US$ 540 milhões, um aumento de quase 10% na comparação com o ano anterior”, pontua Manoela.As vendas do complexo soja também seguem aquecidas, principalmente pelo envio do grão à China, que ocasionou um aumento de quase 37% na receita (US$ 1,66 bilhão) e 43% no volume exportado (4 milhões de toneladas), em comparação com o período de janeiro a setembro de 2019.Outro setor que teve bom desempenho foi o complexo sucroalcooleiro, tanto nas vendas de açúcar como nas de álcool. “As negociações desses itens totalizaram US$ 767 milhões. No caso do açúcar, principal item, as vendas obtiveram acréscimos de 62% no valor e 64% no volume. Já para o álcool, o crescimento ultrapassa 156% no valor e 210% no volume”, complementa a assessora técnica.CarnesCom uma receita de US$ 744 milhões e um volume de 240 mil toneladas, as carnes também seguem com as vendas aceleradas em 2020. Os principais destinos foram a China, Hong Kong e Arábia Saudita, que, juntos, responderam por cerca de 75% dos envios.Representando 77% de todas as carnes exportadas, a bovina registrou um incremento de 7% no valor e de 8% no volume exportado, totalizando US$ 572 milhões e 535 milhões de toneladas. Mas a carne suína também teve bons números, com US$ 31 milhões e 10 mil toneladas, chegando a 91% de crescimento em relação ao mesmo período do ano passado.LácteosEntre os derivados de leite, os produtos mais vendidos para outros países foram o leite condensado, queijos e o doce de leite. A Rússia e os Estados Unidos representaram praticamente 40% do mercado.O setor registrou até agora US$ 13,5 milhões de receita e um total de 5,4 mil toneladas exportadas, um aumento de 21% no valor e de 33,5% no volume.
*Agência Brasil
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