“O que você fez é de valor e nobreza inestimável, e nem uma quantidade infinita de agradecimentos poderia significar sequer uma fração da minha gratidão”. Esse é o trecho inicial da carta que o estudante Thales Leonardo de Carvalho, 20 anos, escreveu para a doadora de medula óssea que salvou sua vida. Thales estava com leucemia e voltou a fazer planos para o futuro após ser transplantado com sucesso em 2010. “Nasci novamente”, frisa o jovem. O entusiasmo de Thales se justifica. A chance de encontrar um doador com medula compatível entre não parentes é de 1 em 100 mil. Portanto, quanto maior o número de candidatos cadastrados, maiores são as chances de se encontrar um doador. Entre irmãos as chances de compatibilidade são de, aproximadamente, 25% a 30%.
Em Minas Gerais, o cadastro de candidatos é feito pela Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemominas). “De 2000 a 2012 realizamos mais de 330 mil cadastros, que aumentam a cada ano. Orientamos os candidatos que procuram os hemocentros públicos e coletamos as amostras. Doamos esperança e, se tudo der certo, também vamos doar uma vida”, enfatiza a gerente da Hemominas, Heloísa Gontijo. A Hemominas colhe uma pequena amostra de sangue, de 5 a 10 ml, que será submetida ao exame de classificação da medula. As informações coletadas são enviadas ao Instituto Nacional do Câncer (Inca) para inclusão no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), que reúne os dados dos voluntários.
Quando o Redome identifica a compatibilidade, o doador é convidado a fazer novos exames. “Os doadores são chamados para fazer testes mais aprimorados para a confirmação. A avalição é feita no centro mais próximo da casa dele. Por uma questão de sigilo, receptor e doador não se conhecem”, esclarece o médico hematologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Gustavo Machado Teixeira. Desde 2009, o especialista é o responsável técnico pelo serviço de transplante no hospital. Uma das suas funções é avaliar as condições de saúde do voluntário para a doação, seja ela nacional ou internacional. “É muito difícil conseguir um voluntário. Em média, realizamos apenas seis procedimentos por ano”, conta. Em três décadas, o Redome registrou 1.700 transplantes executados no Brasil, que mantém o terceiro maior registro de doadores voluntários do mundo com mais de 3 milhões de cadastrados.
Para salvar vidas
Por entender a necessidade de aumentar o número de candidatos a doadores, o governador Antonio Anastasia publicou, neste mês, decreto em que solicita ampla divulgação do processo de cadastro, que pode ser feito em uma das 22 unidades da Hemominas que realizam o primeiro exame. Para se cadastrar é preciso ter entre 18 e 54 anos, boa saúde e não apresentar doenças, como as infecciosas ou as hematológicas, sendo indispensável apresentar documento oficial de identidade com foto. Após o cadastro, é importante que os candidatos mantenham atualizados os dados no Redome, o que poder ser feito pelo endereço eletrônico www.inca.gov.br/doador.
Clique aqui para acessar mais informações no site da Hemominas.
Fonte: adaptado de Agência Minas
Publicado em 26/08/2013
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