Ladies and gentlemen, demorou mais do que a noiva em casamento de gente rica, mas saiu… e não saiu em um dia qualquer, pra valorizar ainda mais esse nosso papo sobre rock, a nossa resenha do Rock in Rua 2023 está sendo publicada no dia em que Mick Jagger faz 80 anos (com aquele jeitinho de 30). Parabéns Mick, desejamos que você dure mais do que a Rainha da Inglaterra e o Matusalém da Bíblia juntos.
Agora, vamos trazer a coisa pra cá, pro nosso mundo onde se ouve rock falando uai e comendo pão de queijo. Primeiro, vale uma menção do quanto a cena rock regional está aquecida, com bares, também com muitos eventos de esporte, antigomobilismo e motociclistas, além de festivais como o Saleh em Barbacena e claro, o nosso querido e amado Rock in Rua (que como todos sabem é muito, mas muuuuuuuuito melhor que Rock in Rio). Pra se ter uma ideia desse aquecimento da cena, no sábado a tarde, tínhamos rock rolando em Dores, em Prados com a Joe Cool no Festival Cultural, e em SJDR no encontro de motociclistas, lá inclusive os pradenses da Auêra tocaram. É muito bom ver que pipoca rock desse jeito.
Dito isto, vamos ao que interessa, um papo sobre rock, whisky, amizade, bicicletas e estradas. Heim?????? Vem comigo que eu explico.
Após aquele Trem Bão lá no Pub do nosso amigo Thiagão (Leo, mais uma vez obrigado pelo convite), a expectativa para o evento só aumentou. Como 2022 foi acima da média, e o investimento agora era maior e bateu muita ansiedade em todos, mas quando chegou rolou tudo de boa demais. Como sempre a PM felizmente só assistiu ao evento, porque a galera do rock não dá trabalho e não enche o saco de ninguém… famílias, grupos, roqueiros errantes, todos nós nos unimos em uma única tribo no centro de Dores, e é uma tribo com muita interação, eu mesmo conversei com gente demais, estava tão à vontade com aquele povo de preto, que parecia almoço de domingo na casa da minha mãe, isso é amizade, isso é muito Rock and Roll. A estrutura foi top e o som estava em “padrão de exposição”, daí pra frente só alegria.
Agora falemos de rock (aeeeeeeeeeehhh)… eu estive presente em 6 dos 9 shows, os outros 3 infelizmente os meus “janeiros” me impediram de assistir, vou falar do que eu vi, ouvi e vivi nesse fim de semana intenso.
O pessoal da Snakes of illusion abriu os trabalhos. Pra nossa felicidade, aquela história de pop escrita lá no insta deles era só conversa mesmo. Quero mais gente assim na minha vida, que fale que vai tocar pop, mas execute (e bem) The Who, Roy Orbisson e outros clássicos. Menção especial pra mescla de Alice Cooper e Pink Floyd. Foi bom demais.
Lembra da Bicicleta que eu falei lá em cima? Pois é, vamos falar dela agora, é porque andar de bicicleta é uma coisa que a gente aprende e não esquece jamais, a analogia serve para a Left Behind que ficou 5 anos parada, mas não esqueceu como se faz uma tarde de metal. O Deleon ainda encontrou um jeito de descer e curtir o próprio show da banda, e fez isso em grande estilo, chamando ao palco o ex- vocalista da Left, nosso amigo Ivan Maquiné. Foi quebradeira demais o show.
A tarde tinha esquentado e aí subiu ao palco a Overflow, que tinha essa peteca na mão, tocar depois de uma lenda do festival. Essa banda, vocês se lembram, debutou na edição 2022 do festival, fez na época um show com pontos a se acertarem, e é aqui que mudamos de assunto e falamos de estrada. Heim???? Sim, pra lembrar que não é autoescola que faz motorista, mas sim a estrada.
A parábola é pra ressaltar o quanto essa estrada de 1 ano apenas entre um festival e outro amadureceu esses 4. Não só seguraram a batata quente, como mandaram bem demais e rolou até moch no fim do show, e se teve moch é porque foi bom. Destaques para as versões de “I Love Rock ‘N Roll” e “Smells like teen spirit”, e também pro baixo bem executado pelo Nicolas durante o show.
Veio a parada da missa, ou a parada do Harold’s Pub se preferirem, e depois o povo voltou, a noite prometia… PROMETIA E CUMPRIU.
A Soulseek reabriu os trabalhos (teve Bom Scott né Dé? Valeu demais), mesclando rock nacional e clássicos como Pearl Jam e Dire Straits, os caras fizeram o fino, um show limpo e bem executado, dentro do previsto. Certo? Errrrrrrrrrrrrou quem disse que sim.
O fino e bem executado sim, o previsto não, isso porque por um momento voltamos aos anos 90, me senti em um daqueles bailes lá do Pradense Clube ou do Dorense Clube, isso porque a Samanta Brandão subiu ao palco, e ela + Soulseek nos fez lembrar da Banda Nerds… Rapaz, “Livin on a prayer” do Bon Jovi com ela cantando pode ter sido aí, pra mim, um dos grandes momentos do festival.
Infelizmente não dei conta de acompanhar o U2 Go Home e a Lurex, ficaram pra uma próxima, mas pelo que vimos de vídeos e comentários, foi sensacional.
Veio o domingão, e com ele veio um terreno onde eu me sinto mais em casa ainda (até parece que no sábado eu não estava me sentindo em casa né?), mas do domingo tinha muito clássic pra galera. Velho que sou, além de perder os dois últimos do sábado, perdi o primeiro show do domingo, cheguei no finzinho e vou ter que ficar de olho pra curtir a Hera em uma próxima apresentação, mas me embriaguei com os dois shows seguintes da tarde. Eu e todo mundo.
Bom, daqui pra frente minha perna já não doía mais, estava anestesiada por doses pesadas do mais puro rock in Roll. Que tarde meus amigos, que domingo!!!!
A Joe Cool subiu ao palco com baixista novo, eu estava bem curioso pra ver o Dé tocando com eles, e a curiosidade virou felicidade, porque vi que o meu amigo estava em casa. Cara, ver o Vasiquinho fazendo base pro Daniel solar é um presente, tinha que imortalizar isso… e eu lembro enquanto a banda tocava um som do Pink Floyd eu chamei a atenção disso pro Leo do Bilé que batia papo comigo. Bonito de ver, isso sem falar no baterista P.C. que parece um Deus Indu, daqueles que tem um monte de braços, o cara toca muito, fechando ainda tem o vocal fino do Ricardinho… que banda heim, foi um desfile de clássicos. Não tem jeito, destaque novamente para “Break on through to the other side” e claro, “Jumpin jack flash”. Sensacional!!!!
Pra fechar, já com aquele ar de “tá acabando cambada” veio a Tríade, com o repertório um pouco modificado. A galera assustou quando tocaram Avôhai com uma hora de show apenas e a gente achou que estava acabando. Felizmente teve muita cosa boa ainda, tocaram Raul, já tinha rolado Plebe Rude antes também, Beatles com “Why my Guitar” que foi bom demais, mas tem dois sons que eu destaco nesse show, “Black Night” do Deep Purple foi talvez a MELHOR COISA DO FIM DE SEMANA, que pedrada, e teve “Simple Man” do Lynyrd Skynyrd, e isso aí é tipo Eagles né, quando toca todo para o que tiver fazendo e vai acariciar os ouvidos.
Mas doido mesmo foi a mistura de “Stand by me” com “why can’t this be love” do Van Halen. Rapaz, vale um comentário aqui, pra lembrar do Whisky que eu falei lá em cima. Este Power Trio é tipo um bom Whisky que mergulhou em um barril por muito tempo, não arde mais, o sabor melhorou e o efeito bom continua ali.
A banda adquiriu um peso, que sinceramente, em vários momentos eu dei uma olhadinha pra ver se não tinha um teclado ou uma segunda guitarra escondida ali no cantinho da bateria do Ed, e não tinha não gente, era o baixo nervoso do Marco Aurélio mesmo, embalando a guitarra do Hemílio, marcado pelo Ed, que parece um relógio suíço de tão confiável ali naquela batera. Caralho, que banda!
Minha filha que não pode estar presente esse ano, ganhou a baqueta do Ed e a palheta do Hemílio, e eu ganhei um presente ainda melhor, maior e mais prazeroso. Por termos ajudado na arrecadação, por ter participado do podcast, e pelo modo como interagi com o pessoal das bandas neste fim de semana, agora mais do que um fã do Rock in Rua, me sinto parte dessa bagaça, o sujeito que não é músico mas está ali, presente, e isso é algo que não tem preço. Que honra, muito obrigado por me acolherem e me proporcionarem sensações tão fantásticas. Isso é muito Rock and Roll.
Mesmo sem conhece-la pessoalmente, não posso deixar de parabenizar a Paula pela estrutura respeitosa que fornece ao Marco Aurélio e ao rock, parabenizar as bandas que em sua maioria estavam lá prestigiando shows umas das outras, fazendo realmente um festival, e claro, parabenizar o nosso amigo Marco Aurélio (eu adoro esse cara) por organizar um evento tão bacana. Se vira aí que a nota de corte só sobe e já estamos no aguardo da edição 2024, que se me permite uma sugestão, podia durar 3 dias né? A gente merece.
Desculpem o texto cumprido e mal escrito, valeu pra quem chegou até aqui. Vida longa ao rock galera!
Por Rodrigo Oliveira.
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