Em nossa coluna, apresentamos aos nossos leitores, mais uma história que colhemos do livro “Prados, história e tradições” escrito por José Bonifácio Vale, o saudoso Zé Tatá. Filho de Oscar Rodrigues Teixeira Vale e Maria José da Silva Vale, nascido em 20 de março de 1904 tendo morrido em 21 de janeiro de 1988.
Como nos diz a também saudosa Dinah Alves Corgozinho:
“Morou, desde os nove anos de idade, na casa de número 16 da Praça Getúlio Silva.
Fazia um tipo um pouco excêntrico, sistemático, como dizíamos. Era desses pradenses “da gema”. Nunca saiu daqui e era bairrista ao extremo”.
Este é um dos muitos fatos apresentados no livro acima mencionado, que encontra-se em vias de ser publicado, realizando assim um sonho não realizado do nosso querido autor.
Relata-nos o autor que duas irmãs de Tiradentes residiram em Prados, na residência de uma tia, Catarina de Assunção Xavier, que era casada com o Cap. Bernardo Rodrigues Dantas, português, aqui radicado.
Durante alguns anos, na segunda metade do século XVIII, aqui residiram duas irmãs do imortal Alferes de Cavalaria – Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Chamavam-se Maria Vitória de Jesus Xavier e Eufrásia Maria da Assunção.
A transferência de ambas para o arraial de Prados foi, sem nenhuma dúvida, motivada pelo falecimento do seu progenitor – Domingos da Silva Santos, ocorrido a 12 de dezembro de 1757. Nesse transe difícil, ficaram as irmãs quase ao completo desamparo, uma vez que sua mãe, D. Antônia da Encarnação Xavier, já não existia desde 2 de dezembro de 1755. Por outro lado, seus irmãos mais velhos, com quem poderiam contar em semelhante conjuntura, seguiam a carreira eclesiástica. O mais velho, Domingos da Silva Santos, ordenara-se um ano antes de perder o pai; o outro, Antônio da Silva Santos, continuava seus estudos no Seminário de Mariana. Também não lhes parecia recomendável permanecerem no próprio lar em companhia de duas crianças como, na época, eram seus irmãos mais novos, Joaquim José da Silva Xavier, contando mais ou menos 9 anos de idade, e José da Silva Santos, com 8 anos ou menos.
Por essas circunstâncias, percebe-se claramente que a falta de uma pessoa idônea, que em casa lhes servisse de companhia, determinara a mudança de ambas para o arraial de Prados, onde então passaram a morar com uma tia chamada Catarina de Assunção Xavier; era esta casada com o Cap. Bernardo Rodrigues Dantas, português, aqui radicado.
A 1º de outubro de 1759, Maria Vitória deixava a residência de seus tios para casar-se com o Alferes Domingos Gonçalves de Carvalho, conforme registro ainda bem legível, às fls. 42, do 3º Livro de Casamentos pertencente ao arquivo da Matriz local. Quase 9 anos mais tarde, a 22 de junho de 1768, Eufrásia Maria também se retirava da casa dos tios para casar-se com Custódio Pereira Pacheco, conforme registro às páginas 98, do mesmo Livro.
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