Se a vida fosse um filme e a gente pudesse roteirizar o final, ele seria apoteótico e inesquecível. Correto? Parece que no caso do Black Sabbath é isso aí que vai acontecer.
Ahhhhhhh… Já ia me esquecendo… Ladies and gentlemen, eu sou Rodrigo Oliveira e esta humilde coluna vai hoje falar da maior banda de heavy metal da história, sobre sua despedida triunfal, e sobre como isso tem a ver com este ex-cabeludo que vos escreve quase aos prantos nesta terra presépio de Minas. Vamos lá?
Uma breve contextualização… muito antes do Doors, do Creedence e de outras influências importantes que tenho no mundo do rock, lá na minha turbulenta adolescência, o que eu ouvia dia e noite, incansavelmente era Black Sabbath, esses quatro malucos ingleses foram grandes companheiros meus, apesar deles não saberem disso, eu tive a discografia completa da primeira fase da banda (a gente tinha CD e olhava o encarte hehe), e mesmo tendo buscado outras referências musicais, é algo que eu ainda escuto muito, esses caras inventaram o rock pesado como o conhecemos, eles são lendas, lendas vivas ainda por cima, e de uma qualidade musical espantosa após quase 6 décadas.
Inclusive tive o prazer, a honra e o privilégio de poder assistir ao vivo em 2013 o Black Sabbath, ali a 20 metros de distância, com uma potência sonora que eu nunca mais vi igual. Naquela ocasião, da formação clássica estavam no palco: Ozzy Osbourne, Geezer Butler e Tony Iommi. Já, o Bill Ward foi substituído ali pelo bom baterista Tommy Clufeto.
Então eu já vi demais ali, já posso morrer tranquilo e realizado da vida (espero que isso demore), vi quase a lenda completa, e o fato meus amigos, é que alguns agraciados terão a oportunidade neste ano de 2025 de ir além do que eu fui, eles verão a formação clássica dessa super banda, que 57 anos após iniciar sua carreira lá em 1968, retornará a Birmingham, na Inglaterra, sua terra natal, onde tudo começou, e ali a banda fará seu último e espetacular show.
Entendam que isso é como Pelé voltando ao Santos, a múmia voltando para a pirâmide, o ET do filme voltando pra casa… fique à vontade e escolha a sua própria analogia, mas entenda que isso é algo realmente extraordinário, que me arrepia e desnorteia só de pensar.
Bom, como é conhecido de quem acompanha música de alguma forma, Ozzy tem saúde extremamente debilitada e os outros membros da banda também tem seus problemas, Iommi se recuperou de um câncer há pouco tempo por exemplo, e é nesse contexto que anunciaram a despedida, vão tocar juntos depois de 20 anos, até proque se não for agora, acreditamso que talvez não se tenham muitas outras oportunidades.
Sharon Osbourne, a esposa do cara, relatou que Ozzy (aquele do morcego) mesmo não conseguindo se aguentar de pé, está animado e “saltitante” para essa despedida, fará inclusive um pequeno show solo antes de apresentar com seus camaradas, o evento será beneficente e é dirigido pelo diferenciado guitarrista Ton Morello, aquele mesmo do Rage Against the Machine, que também é produtor e cara extremamente influente na cena.
Outras bandas bem fodonas estão no line-up: Alice In Chains, Halestorm, Lamb Of God, Metallica, Slayer, Pantera, Mastodon, dentre outras tantas. Além disso, haverá um “supergrupo” com nomes do rock como Billy Corgan, Slash, Fred Durst, Wolfgang Van Halen e Tom Morello, tocando músicas do Black Sabbath e de Ozzy. O show acontecerá em 05/07.
Enfim, sabemos que será um show do car@%$#o, deve render boas edições para o stream e a gente vai poder ver depois, e mais que isso, é uma despedida extremamente digna e à altura da história do Black Sabbath. Isso é importante, isso é importante de verdade, porque os caras vão deixar a estrada após quase 6 décadas de maneira memorável, isso vai ser escrito e estudado daqui há séculos como algo único, e eu estou extremamente feliz e empático por eles terem essa oportunidade, e também por proporcionarem essa possibilidade a todos nós, simples mortais.
De tão impactado, gastei uns dois a três dias pra escrever essa coluna mal escrita, e por fim fiquei ainda sem saber nem que som colocaria pra vocês aqui no final do texto, aí tive a tarefa árdua (contém ironia) de ficar escutando Black Sabbath a noite inteira nesta quinta, e então resolvi postar aqui o básico, fechar a matéria com o clássico Paranoid, de uma apresentação em Paris no ano de 1970, a galera estava no ápice da forma.
E pra quem sentiu falta, em uma outra oportunidade vamos falar mais da banda e inclusive de outras formações, mas hoje não, hoje o foco é a despedida. Espero que vocês curtam, e pra quem chegou até uma dica extra, lembre-se de ouvir Black Sabbath como se deve, em volume alto. Vida longa ao Rock, abraço!
Por: Rodrigo Oliveira
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