Ladies and gentlemen, o Rock in Rua é tão importante, mas tão importante para mim que mesmo que me pedissem para não ir, eu iria. Mesmo que me pedissem para não escrever sobre o evento, eu seria o meio de comunicação clandestino que escreveria sobre o festival. Aliás, se eu pudesse, eu morava no Rock in Rua…
E assim, cheios de emoção e nostalgia damos início a mais uma mal escrita coluna deste colunista ex-cabeludo, cuja alma é mais tranquila e feliz quando está em meio a muita gente de roupa preta. É, eu sei, vocês pensaram que não teria resenha, o tempo passou, já postaram seus TBTs, os meios oficiais já publicaram (alguns são até compartilhados no perfil oficial), o Ricardo Arruda já escreveu que foi lindo, mas… agora temos a resenha não oficial mais oficial desse festival. Essa aqui, que é mal escrita, mas vem da alma.
Assim como no ano passado, não estive presente todos os dias, acabei assistindo a 5 dos 10 shows, e já teve bom demais, deu pra voltar de Dores de Campos com a alma lavada, afinal é muito mais que rock, é conversar sobre rock, é estar no meio de gente que curte rock, é ver que rola um feedback das bandas comigo, com a minha família, é toda uma atmosfera que não tem em nenhum outro lugar desse planeta. E sempre se lembrem de algo muito singular, o Rock in Rua é um festival de rock feito por roqueiros, pelas bandas, essa essência é o que o torna tão mágico.
Mas vamos lá… Na sexta infelizmente eu não estava lá, queria ter visto a Geração Z, ouvido Jailbreak na voz do nosso amigo Dé, e compartilhado a maçã que foi servida. Não fui, mas as noticias é que a noite foi muito boa, e eu acredito nas vozes que me trouxeram tais informações.
No sábado estávamos lá… A Rovena, a Paula e eu. Como de costume, chegamos cedo para prestigiar o primeiro show da tarde, não dava pra perder a Tríade, que fez um bom show, com direito as tradicionais Avohai e Simple man, o cronograma não permitiu que rolasse Beatles no Show (O Alexsander que curte hein), mas rolou sim uma sequência de Black Sabbath no final, com War Pigs, Paranoid, e Heaven and Hell (que costuma tirar a noite de sono de colunistas).
Veio a Left Behind, com direito a participação do Ivan nos vocais e lançamento de projeto novo. O metal é uma área que eu não domino hehe, mas a gente conhece a competência da Left Behind, a gente sabe que o show foi bom. Nosso amigo Ricardo, aqui de Prados, por exemplo teve lá só nesse show, o metal tem seu lugar demais da conta.
Saem algumas camisas pretas e surgem algumas xadrez na plateia (eu continuei com a minha preta. Ok?), era o prenúncio de que teríamos uma pitada grunge no festival. Bom, já há alguns anos que o Rock in Rua (que é muito melhor do que Rock in Rio, que isso sempre fique claro) traz uma banda cover boa, de longe, pra abrilhantar. Nesse contexto, esse ano veio a Jeremy, aí você pensa que vai ser mais um show tributo, vai ser legal, mas não foi não, não foi bem isso… foi na verdade um espetáculo que valeria o ingresso, caso houvesse ingresso.
Desde a afinação dos instrumentos, passando pelos excelentes músicos e chegando ao vocal muito semelhante, o Pearl Jam foi bem representado ali, eles passaram pelos sons lá do início dos anos 90, baladinhas, rolou até sons fora da banda principal. Tocaram até Creed, acredita?
Como a gente imaginava, eles fecharam com live, foi um show que eu chamaria de impecável.
Apertado então ficou pro pessoal da Overflow, que subiu ao palco logo em seguida, pegou sim um público aquecido, porém um público extasiado com o show anterior. Bom, e eles… bem… como eu posso dizer? Eles deram conta do recado e foi um ótimo show, teve Joan Jett e até abraço pra mim. Mas legal mesmo eu achei a versão do som da Lady Gaga no fim, foi bem bacana. E eu não poderia pular para a próxima banda sem falar no quanto o baterista Fabrício tá tocando. A banda inteira evoluiu demais, mas a bateria merece menção especial.
A essa altura, a Paula já estava bem cansada, mas ela tinha dito que queria ver o show que a moça canta e o show do Patrick, e no esforço ela viu. Vale um agradecimento à Mari pelo carinho com a Paula depois do show hein, e o Patrick nem se fala…
E aí como diria a Paula, veio o show do Patrick, ou melhor, veio a Run to The Beast, que na passagem de som já foi do Car@#$lo, cada um daqueles músicos ali dispensa comentários. Que show, que entrega, que impacto. E dessa vez com direito a surpresas. Não é que o Patrick subiu no cesto de um caminhão Munck e cantou Powerslave lá de cima.
Pois é, a minha filha tem 6 anos e sempre me acompanha, curte um rock, mas graças a esses caras e principalmente ao Patrick, agora ela é fã de Iron Maiden, do tipo que carrega o copo que ganhou com o Patrick pra tudo que é lado, só quer beber água nele e fica fazendo perguntas difíceis sobre o Eddie. Vai vendo… e não é pra menos, o show da Run to The Beast foi pra mim ainda melhor do que o da Jeremy, é uma energia impactante, que ecoa na cabeça da gente a semana inteira depois. Todo mundo canta junto e todo mundo entra na vibe.
Depois de 8 horas de maratona rock, a gente não aguentou e partimos da terra de tropeiros para a terra de Dona Hipólita Jacinta antes do início do show da Joe Cool. Então, eu não estava, mas de certa forma estava, afinal o Leo mandou vídeo do show, então deu pra curtir um pouco de Break On Through do Doors (valeu Leo), a gente sabe que o pradense André deu lugar ao também pradense Gustavo no baixo da banda, e esse show marcou oficialmente a troca, tendo a participação de ambos. O rock é diferente minha gente, o rock é outra atmosfera.
Domingão eu não conseguia ir, a idade já não permite tanto agito, mas ainda teve a banda Hera cheia de novidades, incluindo a participação do Philipe Ferreira. Certamente foi um ótimo show, e eu aproveito pra mandar um abraço pro Willer, baixista da banda Hera, rapaz suas palavras fizeram a minha noite de sábado muito melhor do que já estava. Tamu junto!
O festival foi fechado com a excelente Freud Flinstone, que é lá da terra do Barrock (quem lembra do Barrock? Pois é, eu já fui e era bom, um ótimo jeito de fechar o fim de semana com tributo aos engenheiros, banda foda do nosso rock nacional.
E assim, agora que eu já escrevi minha resenha, podemos decretar encerrado o bom e velho Rock in Rua (que é muito melhor do que Rock in Rio), mas antes vamos dar os parabéns à Angélica pelos registros fantásticos, ao John Lennon que entrega sempre um som de alto nível pra galera e aos organizadores do evento.
Vejo que alguns pontos podem ser repensados, como a tarde de sábado que merece algo mais cedo, que pudesse atrair a galera para a rua, mas de maneira geral foi top, as bandas não atrasaram, cronograma foi seguido e tudo… TUDO funcionou como previsto. A verdade é que o Rock in Rua prometeu muito, e entregou ainda mais do que o esperado.
Ivan Maquiné, Veveto, Hemílio, Marco Aurélio, Léo (e mais um monte de gente bacana com quem eu conversei) gratidão pelos papos, Patrick obrigado por reforçar pra minha filha que o rock é o caminho… Enfim, obrigado e parabéns a todos os envolvidos no evento, pelo que entregaram e por me permitirem fazer parte dessa bagaça. No próximo ano, a menos que um meteoro caia nesse planeta e a menos que eu já tenha partido dessa para outra melhor, estarei aí mais uma vez para celebrar não apenas o Dia Mundial do Rock, mas sim aquilo que a vida tem de melhor, que é estar com quem a gente gosta em torno de algo que a gente acredita.
Vida longa ao Rock, e também ao Rock in Rua!
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