Vivemos em uma cidade predominantemente católica, tradicionalista na celebração da páscoa e da Semana Santa. Ainda senão contarmos os católicos, a grande maioria da população em nossa cidade, e no Brasil, é de cristãos que também celebram a páscoa. Mas e as outras religiões, como enxergam essa data?
Vamos falar brevemente sobre algumas das mais populares no mundo:
Católicos
A Páscoa reintegra as realidades do Calvário e da ressurreição, mostrando a indivisibilidade destes dois momentos, o da dor e o da alegria. A felicidade proclamada pela Páscoa cristã culmina na vitória definitiva da vida sobre a morte, do bem sobre o mal, da felicidade sobre a tristeza.
Espíritas
A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, não possui nenhuma espécie de culto a simbologias ou ritos. O sentido de renovação da Páscoa para os cristãos espíritas se concretiza na renovação de si mesmo, na melhoria íntima e na evolução espiritual.
Evangélicos
Como todos os cristãos tradicionais, os evangélicos dão grande importância à semana chamada Santa. É um período especial de estudo sobre os últimos dias da vida de Jesus de Nazaré, o Messias. O Domingo de Páscoa representa a grande festa da vida, a esperança concreta para a salvação da humanidade perdida em seus pecados. Vitória sobre o mal, sobre o pecado e sobre os poderes espirituais das trevas.
Judeus
A Páscoa judaica (do hebraico Pessach = passagem) remete a fatos ocorridos há cerca de três mil e trezentos anos atrás. O povo hebreu, descendente dos patriarcas Abraão, Isaac e Jacob, estava escravizado no Egito. A Torá, o primeiro e mais sagrado dos três livros que compõem a Bíblia judaica, fala da intervenção divina para libertá-lo. Moisés foi o instrumento desta libertação. A data significa, então, a libertação do povo judeu do cativeiro do Egito.
Umbandistas
Os umbandistas não comemoram a Páscoa. Apesar de algumas datas de seu calendário religioso coincidirem com datas católicas, sua origem é totalmente diferente, baseada em outros preceitos. Eles não acreditam na ressurreição.
Muçulmanos
Apesar de as raízes do Cristianismo e do Islamismo terem as mesmas origens, tendo como profetas Abrãao, Noé e Moisés, os destinos históricos delas são diferentes. Para a crença islâmica, profeta é um ser sagrado com a missão de trazer a palavra de Deus, e por tal motivo, nunca poderia ser crucificado. A Páscoa significa a renovação da fé.
Segundo o professor do curso de Filosofia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e doutor em Estudos Clássicos, Edgar Affonso Hoffmann, a celebração religiosa da Páscoa abarca uma espécie de visão muito etnocêntrica. “Facilmente olhamos e interpretamos o mundo a partir de nossa posição cultura e ocidental. Por isso, a Páscoa é festa religiosa profana nos países onde predominam a cultura e a religião cristã e judaica”, acentuou. Para Hoffmann, apesar da origem e inspiração religiosa, a Páscoa assumiu feições folclóricas e consumistas. “É motivo de gastos com presentes especialmente de guloseimas. Coelhos e ovos de chocolate foram introduzidos ao longo da história por povos de diferentes origens e isso, a rigor, não tem nada a ver com origem da festa”, finalizou.
Publicado em 04/04/2015
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