O grupo Afoita deu vida a peça “Morada” que, explorando a simplicidade do espaço vazio, convida o público a presenciar uma sequência de situações que trazem à tona a temática das relações familiares. Visando maior proximidade e intimidade com o público, o espetáculo disponibilizou apenas cem (100) ingressos em sua bilheteria. Com pré estreia no 1ª Festival de Artes de Barroso, “Morada” chega a São João Del Rei com o objetivo de ressignificar os encontros na vida da plateia presente.
Marcos Vinicius Fonseca, Diretor formado em teatro, destacou a dinâmica da peça que faz com que ela seja sempre diferente conforme a recepção do público que a assiste. “Apesar de ter um roteiro, uma história, ela só acontece quando tem o encontro do ator com o público”, pontua o Diretor ao reforçar a necessidade de algumas cenas encontrarem na plateia um motivo para acontecer. Os atores querem arriscar no jogo do “aqui e agora” como uma forma de reagir às reações do público que os assiste.
Neste sentido, o roteiro chama o espectador para dentro do palco como um mecanismo de proximidade. Priscila Natany, atriz e idealizadora do projeto, ressalta a ideia de fazer teatro através do convívio, da troca. “Eu te chamo, para você sair da sua casa, e passar um tempo comigo para juntos experimentarmos um jeito de estar no mundo”, fala a atriz a respeito da interação com o público.
Priscila nos conta ainda sobre o processo de montagem do espetáculo que durou em torno de um ano. Segundo ela, o grupo surge pela vontade dos amigos de realizar um trabalho juntos que contemplasse os desejos artísticos dos mesmos. “Em todas as nossas discussões o tema família surgia, mostrando ser algo que afeta todos nós”, explica a atriz sobre a escolha do tema. Recém formados, os atores querem descobrir um jeito de fazer teatro que seja deles e tudo isso acontece por meio da experimentação.
Além disso, a artista contempla a sua primeira apresentação em casa, São João Del Rei, falando de morada, lar. “Público de casa é sempre muito gostoso, porque a gente tem uma cumplicidade”, destaca esse ponto como primordial em um espetáculo no qual os atores estão muito próximos de si mesmos. Nesta perspectiva, a estudante de teatro Paola Andrade, que esteve presente na estreia, se identificou com o tema abordado e teve o prazer de prestigiar os colegas de curso. “As passagens são muito reais, é o que realmente acontece nas famílias”, explica a estudante ao ser questionada sobre o motivo da comoção no decorrer da peça.
O espetáculo com duração de 2h e trilha sonora própria, emocionou e levou o público a retomar as origens de suas histórias. Ao final da peça, os atores convidaram a todos a tomar um bom café e degustar os bolos feitos pela produção. A iniciativa de aproximar quem vê de quem atua foi um sucesso que leva a todos a aguardarem a próxima chance de prestigiar o roteiro.
Fonte: Van UFSJ
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