Ao meu ver, nos meses de Junho e Julho acontecem os eventos mais ricos e interessantes de nossa cidade. Não estou considerando aqui celebrações religiosas, assunto que já tratei recentemente em um texto. Me refiro a dois eventos específicos, o Pradense Ausente, que aconteceu no feriado de Corpus Christi, e o Festival de Música de Prados, sempre na última quinzena de Julho, chegando à sua 42ª edição em 2019.
Ambos são relevantes por possuírem uma programação extremamente diversificada e de qualidade, sempre disponíveis e gratuitas à toda população, e atendendo a diferentes faixas etárias são culturalmente riquíssimos, cada um de seu modo.
A festa do Pradense Ausente aconteceu no final de semana do dia 20 de Junho, e com atividades que mobilizaram a população pradense. Vale pontuar dois eventos em especial que marcaram a programação e já são tradicionais no calendário, a música nos casarões e a tradicional festa do tropeiro, apesar da mudança de perfil ainda continua a atrair um grande público. Apesar do sucesso pontual de ambos os eventos dentro da programação, ao conversar com pradenses residentes fora e na cidade, notei que muitos observaram e comprovaram um fator que também percebi: um sentimento de nostalgia e desânimo. Para um evento desse porte, que em outros tempos se via uma praça extremamente movimentada e viva, percebemos um sentimento de apatia na última edição.
Culturalmente falando, Prados é uma cidade bastante rica, entretanto são poucas as pessoas que percebem e valorizam isso. Ao se tratar dos responsáveis pelos eventos e que daqueles que poderiam enfatizar essa característica, menos ainda. Se faz necessário um maior zelo e preocupação com o patrimônio que aqui temos. Falta o “brilho no olhos” por nossa parte mesmo. Foi o que tanto eu quanto pessoas ao meu redor, residentes ou não na cidade, perceberam.
Já essa semana, no próximo domingo, terá início o 42º Festival de Prados, um dos mais antigos e tradicionais do país, com uma trajetória gloriosa e com grandes referências. Apesar de morar na cidade há 11 anos, não faz muito tempo, já presenciei o festival como aluno e participante morador de Prados, tive já uma visão de fora” quando não estava na cidade na época do festival e mais recentemente como atuante no evento através da docência e de apresentações artísticas. O evento começa dia 14 e vai até o dia 27, com concertos quase diários com a orquestra do festival, orquestra da Lira Ceciliana, música de câmara, música solo e muito mais. Em breve dedicarei um texto apenas ao festival. O que esperamos é que por parte da cidade e daqueles que aqui estão ligados ao meio cultural, que valorizem e prezem pelo evento, não apenas se fazendo presente, mas tendo consciência do que temos em mãos, e da importância de se preservar tais encontros. Não basta apenas irmos a alguns eventos durante duas semanas no ano.
Por parte do festival, será como sempre um grande evento, com músicos, estudantes e artistas de diferentes locais trocando experiências e conhecimentos.
Fica aqui o apelo para essa visão mais cuidadosa. Os eventos são apenas a personificação de uma certa apatia e falta de esmero com a cidade.
Octávio Deluchi
Prados Online
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