As universidades federais de São João Del-Rei (UFSJ) e de Minas Gerais (UFMG) trabalham no desenvolvimento de testes rápidos para Covid-19. Esse tem sido um dos principais problemas no combate à pandemia no Brasil: o baixo índice de testes realizados impactam nos dados estatísticos, impossibilitando conhecer o cenário real do País para que se desenvolvam estratégias de saúde mais efetivas. Além disso, pode retardar o início do tratamento de pessoas infectadas.
Na UFSJ, alunos de Graduação e Pós-Graduação do Laboratório de Biotecnologia de Microorganismos (Labiom), do campus Centro-Oeste Dona Lindu (CCO), já selecionaram moléculas que têm potencial para o diagnóstico imunológico da Covid-19.
De acordo com o professor Alexsandro Galdino, subcoordenador da pesquisa e responsável pelo trabalho na UFSJ, a expectativa é de que em dois meses a avaliação das moléculas seja concluída e os kits comecem a passar por validação de universidades parceiras. A ideia do grupo é transferir a tecnologia para o Sistema Único de Saúde a fim de que haja uma produção em massa.
Atualmente, os testes rápidos utilizam material importado. Com a aplicação da tecnologia nacional, o valor por unidade pode cair para R$ 5 – em média, segundo o professor, atualmente eles custam R$ 300. Ou seja, uma redução de cerca de 98% no valor. “Em períodos como esse de pandemia, os insumos importados estão tendo muita dificuldade de logística de entrarem no País. Nesse sentido, desenvolvê-los localmente torna-se uma alternativa promissora”, acrescenta Alexsandro Galdino.
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A pesquisa é coordenada pelo professor Rodolfo Giunchetti (UFMG), com subcoordenação do professor Alexsandro Galdino (UFSJ). O trabalho tem a participação das startups Chimera Diagnóstico – Saúde Humana e Animal (UFSJ) e VetSolutions (UFMG).
A Chimera foi fundada em 2017 pelos professores Alexsandro Galdino e Mariana Campos da Paz no CCO/UFSJ. O objetivo da startup é produzir antígenos nacionais para kits de diagnóstico imunológico para doenças humanas e de animais. Ela já foi pré-acelerada pela fundação Biominas e, em 2019, obteve o 2º lugar geral no evento internacional BIO LATIN AMERICA 2019. Também fazem parte da startup alunos de Graduação e Pós-Graduação da UFSJ/CCO.
Já a VetSolutions foi fundada pelo professor Rodolfo Giunchetti e atua no ramo de imunobiológicos de interesse médico e veterinário, com desenvolvimento de produtos para atuar em imunoterapia, vacina e tratamento. Realiza ainda testes e desenvolvimento de novos tratamentos e vacinas de interesse médico e veterinária, bem como novas estratégias diagnósticas, além de prestação de serviços na área médica e veterinária relacionada ao desenvolvimento e teste de produtos aplicados à saúde. Essa startup foi acelerada pela fundação Biominas.
Também integram o projeto:
Laboratório de Biologia das Interações Celulares – ICB/Departamento de Morfologia (UFMG-MG);
Laboratório de Biologia Estrutural – ICB/Departamento de Bioquímica e Imunologia (UFMG-MG) ;
Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas-MG);
Associação Mário Penna (Belo Horizonte-MG);
Hospital Santa Casa de Misericórdia (Belo Horizonte-MG);
Laboratório de Biotecnologia de Microorganismos (UFSJ-CCO);
Instituto SENAI de Inovação em Biotecnologia (ISI/Biotecnologia-SP);
Instituto SENAI de Inovação em Materiais Avançados e Nanocompósitos (ISI/Inovação-SP);
Universidade Federal da Bahia (UFBA-BA);
Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz-BA);
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN-RN);
Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária (Escola de Veterinária-UFMG/MG);
Departamento de Ciências da Saúde (Ufla-MG); e
Chefia do Gabinete da Reitoria (Ufla-MG).
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