A semana mundial de enfrentamento à Hanseníase é celebrada entre os dias 27 e 31 de janeiro. O objetivo é alertar a população sobre os sinais e sintomas da doença, além de incentivar a procura precoce pelos serviços de saúde, mobilizar os profissionais da área quanto à busca ativa de casos novos e realização de exames dos contatos entre os casos registrados e cura da doença.
Segundo a Diretora de Vigilância de Doenças Crônicas Transmissíveis, Não Transmissíveis e Causas Externas, da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Janaína Passos de Paula, a data é importante para a conscientização sobre a doença.
Ainda de acordo com a Diretora, “o estigma é o maior desafio que a doença provoca, o que pode dificultar a procura pelo diagnóstico e adesão ao tratamento, bem como o afastamento social. Por isso, é importante afirmar que o diagnóstico de hanseníase deve ser recebido de modo semelhante ao de outras doenças curáveis e precisa ser feito o quanto antes, para evitar sequelas físicas para o paciente. Os profissionais de saúde devem estar atentos para identificar os casos na população da sua área de abrangência”, complementou.
Janeiro Roxo
Em 2016, o Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro e consolidou a cor roxa para campanhas educativas sobre a Hanseníase. A Campanha propõe a intensificação das ações de divulgação e das atividades que buscam à eliminação da doença como problema de saúde pública no país, tendo como foco a prevenção de incapacidades.
As ações propostas vão desde a iluminação de monumentos públicos em todas as capitais brasileiras na cor “Roxo – Medium Purple”, divulgação da campanha utilizando as redes sociais (Facebook, Instagram, site da saúde) e parceria com os meios de comunicação.
Janaína Passos reforça que a doença tem cura e tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Dados
Em 2017, foram detectados 1.095 novos casos da doença em todo o Estado, o que representa uma taxa de 5,18 casos a cada 100 mil habitantes. De 2011 a 2017, houve uma média de evolução de 88,2% dos casos para a cura.
Em relação aos dados de 2018, eles são fechados somente no final do mês de março, quando é finalizado o banco de dados do Ministério da Saúde. Entretanto, conforme dados preliminares, em 2018, foram registrados 978 novos casos da doença no estado.
Para Janaína Passos, embora o número de casos de hanseníase apresente uma queda nos últimos anos, ainda são expressivos os casos diagnosticados com algum grau de incapacidade física.
Plano de Enfrentamento
A Secretaria de Estado de Saúde elaborou, em 2017, o Plano de Enfrentamento da Hanseníase em Minas Gerais (2018-2021), em parceria com vários setores, especialmente junto à Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com o objetivo de propor a criação de políticas públicas para o enfrentamento da Hanseníase no nosso Estado.
O plano é composto por 5 eixos de intervenção a saber: Ações de Vigilância Epidemiológica; Rede de Atenção à Saúde (RAS), tendo a Atenção Primária à Saúde (APS) como coordenadora do cuidado; Educação Permanente e Integração do Ensino-Serviço; Fortalecimento da Educação em Saúde e Mobilização Social; Gestão e realização de atividades de monitoramento além da avaliação contínua da execução deste plano de enfrentamento.
Em novembro de 2018, também foi instituído o Comitê Estadual de Enfrentamento da Hanseníase no âmbito da SES-MG com o objetivo de implementar e monitorar o Plano de Enfrentamento à Hanseníase no Estado de Minas Gerais que, posteriormente, será encaminhado para a Comissão Intergestora Bipartite (CIB) para ser aprovado.
A doença
A hanseníase é uma doença infecciosa, transmissível e curável que atinge principalmente a pele e os nervos, mas também pode afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos.
A doença é causada pelo bacilo chamado Mycobacterium leprae que ataca a pele e a mucosa nasal e sua transmissão acontece através das vias respiratórias. Os pacientes sem tratamento eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro). Mas, após o tratamento regular o paciente para de transmitir a doença.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a maior parte da população é resistente ao bacilo e não desenvolve a hanseníase, ou seja, somente 5% de pessoas, em contato com Mycobacterium leprae, adoecem e desenvolvem os sintomas.
Diagnóstico e prevenção
O diagnóstico da hanseníase é realizado por meio de exame dermatológico e neurológico, com testes de sensibilidade. A doença inicia-se, em geral, com manchas brancas, vermelhas ou marrons em qualquer parte do corpo, com alteração de sensibilidade à dor, ao tato e ao quente e ao frio. Podem aparecer também áreas dormentes, especialmente nas extremidades, como mãos, pernas, córneas, além de caroços, nódulos e entupimento nasal. Nesses casos, o paciente deve procurar uma unidade de saúde para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.
De acordo com Maria do Carmo Rodrigues Miranda, a prevenção da hanseníase se faz por meio do tratamento de todos os pacientes e da descoberta de todos os casos novos esperados.
Não se pega hanseníase por meio de:
– Compartilhamento de copos, pratos, talheres, não havendo necessidade de separar utensílios domésticos da pessoa com hanseníase;
– Utilização de assentos, como cadeiras, bancos;
– Apertos de mão, abraço, beijo e contatos rápidos em transporte coletivos ou serviços de saúde;
– Picada de inseto;
– Relação sexual;
– Aleitamento materno;
– Doação de sangue;
Para mais informações, acesse o site www.saude.mg.gov.br/hanseniase.
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