A Força Tarefa Previncêndio, programa de combate a incêndios florestais coordenado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), teve sua última reunião de discussão e alinhamento de ações de 2019. Na ocasião, na semana passada, o grupo apresentou dados parciais de atendimentos e ocorrências de incêndio em unidades de conservação de Minas.
Os números apurados mostram que, até o momento, apesar de o total de ocorrências de incêndios florestais ter sido relativamente maior em 2019, no entorno e no interior das unidades de conservação (em relação à média anual histórica), a área queimada foi expressivamente menor em relação à mesma média. Houve redução de 65% nas áreas internas e de 33% no entorno das reservas ambientais gerenciadas pelo IEF em Minas Gerais. O IEF e os demais órgãos que integram a Força-Tarefa, inclusive o Corpo de Bombeiros, permanecem com a apuração de boletins para fechamento do balanço final.
De acordo com o relatório apresentado pelo Previncêndio, durante o mês de setembro, foi registrado o maior número de incêndios florestais nas unidades de conservação estaduais, totalizando 247 ocorrências; seguido do mês de outubro, com 203 ocorrências. Ambos os meses estão dentro do período crítico de incêndios florestais, que vai de junho a novembro, caracterizado pelo clima seco e baixa incidência de chuvas.
De acordo com o gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Belo, o balanço final das ocorrências de incêndio e área afetada em 2019 deverá ser apresentado no início de dezembro. “Ainda estamos recebendo relatórios de ocorrências de incêndios nos parques e a tendência é que este número aumente um pouco até o final do ano. Priorizamos o combate aos focos e, apenas depois de debelados os incêndios, realizamos a aferição da área atingida”, ressaltou.
O gerente afirma ainda que as regiões Norte, Alto e Médio São Francisco apresentaram um número de ocorrências inferior ao normalmente registrado. No entanto, as regiões Centro-Sul e Leste do estado tiveram uma incidência maior de focos de incêndio, o que, segundo ele, contribuiu para o aumento do número de ocorrências registradas durante o ano. “A região do Vale do Rio Doce como um todo foi especialmente afetada esse ano, não apenas no perímetro do Parque Estadual do Rio Doce, mas em todo o território, devido ao prolongado período seco registrado na região”, lembrou.
Para o diretor de Unidades de Conservação do IEF, Cláudio Castro, a diminuição da área afetada por incêndios registrada em 2019 deve-se, em grande parte, à significativa redução do tempo de resposta às ocorrências, compreendido entre o momento exato de identificação do foco de incêndio até o início das ações de combate.
“Para se ter uma ideia, no dia 4 de novembro registramos um incêndio no Parque Estadual Serra do Rola Moça, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A funcionária do parque identificou o foco e informou aos brigadistas às 14:17h e o combate teve início às 14:25h; e às 15:53h, do mesmo dia, o incêndio foi considerado debelado. Ou seja, o tempo de resposta foi de oito minutos e a contenção se deu em menos de duas horas” exemplificou o diretor.
Outro fator que contribuiu para a diminuição da área queimada, segundo Cláudio, foi o aumento do número de brigadistas contratados pelo IEF. Em 2019 foram 278 brigadistas, um aumento de 25% em relação ao ano anterior.
Segundo o diretor-geral do IEF, Antônio Malard, em 2020, grande parte dos esforços do instituto estarão concentrados nas medidas de prevenção. “Pretendemos ampliar o número e a atuação dos brigadistas fora do período crítico, aumentar as ações de manejo integrado do fogo e uso de aeronaves de lançamento de água. Nossa expectativa é diminuir ainda mais a área afetada por queimadas nas unidades de conservação do estado” afirma.
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