Para os cansados de assistir a lives na televisão, o céu oferecerá um fenômeno divertido de se acompanhar, em um verdadeiro show da natureza. No próximo dia 14 de dezembro, um eclipse solar total acontecerá às 11h33 (horário de Brasília) com fim às 14h53.
Um eclipse solar acontece quando a Lua se coloca exatamente entre o Sol e a Terra, formando “um cone de sombra que incide em algum local do planeta”, explica Roberto Costa, professor do departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP). Conforme a Terra se movimenta, essa faixa de sombra se desloca do oeste para o leste.
Ainda segundo Roberto, “quanto mais ao sul, melhor” para ver o eclipse em terras brasileiras, sendo que o Rio Grande do Sul terá 60% do disco solar coberto pela Lua, São Paulo pouco menos de 50% e o Rio de Janeiro cerca de 40%. As regiões Norte e Nordeste não poderão ver o eclipse. O eclipse solar total só ocorrerá em uma pequena faixa que corta o sul do Chile e o sul da Argentina.
É importante lembrar que não devemos observar o Sol com binóculos, telescópio ou qualquer outro instrumento de aumento que não seja equipado com filtros. “Não observar essa regra pode resultar em lesões permanentes na retina”, alertou o professor.
Anualmente, acontecem entre dois e sete eclipses solares e/ou lunares na Terra. Em dezembro de 2019, um outro eclipse parcial também foi visto no Brasil.
De acordo com Roberto, os eclipses ocorrem em “famílias” chamadas de “Saros”, e várias dessas “famílias” acontecem simultaneamente.
Mas, não pense que você poderá ver um eclipse a todo instante. Para o fenômeno se reproduzir no mesmo lugar da Terra leva cerca de 54 anos.
O fenômeno é bem popular para a Nasa, que disponibiliza um catálogo de eclipses desde 3.999 A.C. até o ano 6.000, ou seja, um intervalo de 10 milênios.
Dezembro ainda terá mais noites com fenômenos astronômicos. A chuva de meteoros Geminídeos terá seu ápice na madrugada entre os dias 13 e 14 em direção à constelação de Gêmeos, a partir das 22h, e estará no alto do céu às 2h.
A chuva já está acontecendo desde o dia 4 de dezembro e deve se repetir toda noite até as madrugadas do dia 17 para 18.
O ideal para observar uma chuva de meteoros é estar em um lugar escuro e sem iluminação artificial. Nessas condições ideias, o observador consegue ver até 150 meteoros por hora, um a cada 24 segundos.
O fenômeno acontece quando a Terra, em sua trajetória em torno do Sol, atravessa uma região onde já passou um cometa.
“Eles deixam detritos para trás e, quando a Terra passa essa nuvem de detritos, eles entram na atmosfera como estrelas cadentes, aquele traço fugaz de luz no céu noturno”, disse o professor de astronomia. “Nesse caso, aparentam vir da direção da constelação de Gêmeos, por isso geminídeos.”
Outro fenômeno, denominado “grande conjunção”, acontecerá no dia 21 de dezembro. O evento acontece porque dois corpos celestes parecem estar “juntos” quando visto do céu.
A impressão, porém, é fruto apenas do ângulo de visualização, pois em prática há quilômetros de distância entres eles. Como na ocasião Júpiter e Saturno, os dois maiores planetas, estarão aparentemente próximos, o fenômeno ganha o nome de “grande conjunção”.
Esse fenômeno acontece uma vez a cada 400 anos aproximadamente. O último ocorreu em 1623, quando “os dois planetas estavam muito próximos do Sol e, portanto, visíveis apenas durante o dia”. “Provavelmente ninguém notou”, afirmou o professor.
Se você não quer perder a oportunidade de assistir ao fenômeno, basta olhar na direção do pôr-do-sol no dia 21 de dezembro, quando a distância entre os planetas será mínima.
Fonte: CNN Brasil
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