Prados se transformou na antiga Jerusalém na noite de sexta-feira, 01º, e domingo, 03. As ruas do município serviram de cenário para a encenação da Paixão de Cristo, uma tradição da comunidade da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, interrompida durante dois anos, devido a pandemia da Covid-19. A história de quase dois mil anos atrás atrai os olhares e estimula uma reflexão. Tradição e cultura se misturam em espetáculos de arte que evangeliza.
Cenas de dores, flagelações, quedas e encontros. Olhar atento, boca seca e coração acelerado. Uma atuação simples, mas de grande envolvimento. Realizada em dois dias distintos, a encenação narrou a história da Paixão de Cristo desde a última ceia até a cena da Ressurreição. De forma catequética, os fiéis puderam acompanhar de perto a dramatização e se conectar com a história da salvação.
“Não se trata de teatro, mas de um evangelho proclamado. Quando a gente participa, acompanhando de perto, na verdade, estamos ouvindo a palavra de Deus. Ali não se tratava de atores, mas de pessoas da nossa própria comunidade, gente do nosso convivo, testemunhando a fé, dando voz, corpo e atitude à Jesus e seus seguidores. Tal apresentação nos faz reviver o caminho de amor e dor percorrido por Jesus e nos mostra como somos preciosidade diante de Deus”, explica o pároco e incentivador da apresentação, padre Rondineli Cristino.
A história é bem conhecida mas, nem por isso, exigiu menos dedicação por parte dos organizadores. Com 58 integrantes no elenco, a equipe se viu envolvida desde a escolha dos textos até a finalização dos figurinos e cenários. Tudo, no intuito de ajudar os pradenses a se prepararem para a Solenidade da Páscoa.
Um trabalho custoso mas de grande valor e alegria, principalmente, quando se cooomparado com um bom resultado. Segundo Moisés Gonçalves, um dos organizadores do evento, tal dedicação faz parte do compromisso do cristão. “É missão nossa, enquanto cristãos leigos na igreja, incentivar e usar de argumentos atrativos para inspirar e motivar o povo a retornar as atividades que nossa religião católica nos propõe, principalmente desde de um longo período de pandemia e restrições. Não se trata de um teatro a céu aberto mas de um verdadeiro acompanhar dos últimos passos dolorosos do Senhor, rumo ao Calvário. Uma catequese ao vivo e em cores”.
Essa foi a 4ª vez que Sirley do Nascimento interpretou Jesus Cristo. Uma emoção renovada e distinta, segundo o voluntário. “Poder fazer parte de uma encenação como essa é um momento de forte reflexão e grande aprendizado. Isso inspira a gente a se espelhar no próprio Cristo, nos envolvendo e fazendo a gente buscar ser uma pessoa melhor”.
*Reprodução: Diocese de São João del Rei
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