Um dia após o Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro, Minas Gerais segue intensificando a conscientização sobre prevenção, testagem e tratamento do HIV. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) mantém as ações da campanha Dezembro Vermelho ao longo de todo o mês, reforçando a importância do cuidado contínuo e do diagnóstico precoce.
Seis meses atrás, Diego Tavares, de 49 anos, recebeu uma notícia que ninguém espera ouvir: o diagnóstico de HIV. Graças ao atendimento imediato e ao início rápido da terapia antirretroviral no Hospital Eduardo de Menezes (HEM), unidade da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), hoje ele vive com a carga viral indetectável, condição que impede a transmissão do vírus.
“Descobri ter HIV fazendo exames de rotina. Foi um susto, mas rapidamente fui encaminhado para o serviço especializado. Já no primeiro dia, iniciei a medicação. Em outubro, repeti o exame e a carga viral deu zerada”, relata Diego, que segue acompanhamento no serviço de referência do Estado.
Entre 2024 e 2025, quase 9 mil pessoas foram diagnosticadas com HIV em Minas. Desse total, 76% são homens entre 20 e 49 anos. Atualmente, mais de 63,6 mil mineiros utilizam terapia antirretroviral, e quase 73 mil iniciaram acompanhamento na última década.
Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Eduardo Prosdocimi, o estado tem ampliado estratégias de prevenção, diagnóstico e cuidado:
“Minas possui uma política robusta para o enfrentamento do HIV, com PrEP, teleconsultorias, serviços especializados no interior e campanhas constantes. Nosso foco é ampliar o acesso, reduzir novos casos e garantir acompanhamento integral às pessoas”, afirma.
O Estado também avança na implantação de máquinas dispensadoras de PrEP, ampliando o acesso à profilaxia em diferentes regiões.
A referência técnica de HIV/Aids da SES-MG, Cecília Oliveira, reforça a importância de buscar atendimento em situações de risco.
“Se houver relação desprotegida ou qualquer exposição, é essencial procurar imediatamente uma unidade de saúde. Com diagnóstico precoce, iniciamos o tratamento rápido, reduzindo mortalidade e melhorando a qualidade de vida”, explica.
Minas conta com 74 serviços especializados em 67 municípios, incluindo SAE, CTA e Unidades Dispensadoras de Medicamentos. Além disso, 124 maternidades estão preparadas para acompanhar gestantes e recém-nascidos expostos ao vírus.
Preservativos são distribuídos gratuitamente pela rede estadual. Além disso, o Estado reforça o uso da PrEP, indicada antes de situações de risco, e da PEP, que deve ser iniciada poucas horas após a exposição. A PEP está disponível em 164 unidades hospitalares, incluindo o HEM, referência no tratamento do HIV e das hepatites virais.
Para a diretora da unidade, a infectologista Virginia de Andrade, informação e cuidado transformam vidas:
“Com o acompanhamento correto, as pessoas convivem com o vírus sem prejuízo à vida social ou afetiva. É possível viver com qualidade”, destaca.
A SES-MG também publicou recentemente a resolução que institui o Amplia PrEP, permitindo que mais municípios ofertem a profilaxia em unidades da Atenção Primária. O programa inclui ainda teleatendimento e envio de medicamentos pelos Correios.
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