É Natal! 05/12/2012

É Natal…

 

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O que celebramos no Natal? Natal é a celebração do mistério da encarnação do Filho de Deus. O Verbo eterno do Pai, a segunda pessoa da Santíssima Trindade que estava com o Pai no ato da criação, “no princípio era a palavra”, agora assume a nossa condição humana, exceto o pecado. Assim, “o verbo se fez carne e habitou entre nós” ou como os especialistas em Bíblia traduzem e de modo mais adequado “o verbo se fez carne e armou sua tenda entre nós”. A palavra tenda, em hebraico Shekinah, faz referência à tenda da reunião que era armada no centro do acampamento pelos hebreus quando estes caminhavam no deserto. A tenda portátil ou o tabernáculo era sinal da presença de Javé. Ex. 25-30

Qual a origem da festa do Natal? No séc. III da era cristã existia, no império romano, uma festa pagã, a festa do deus invicto ou invencível, a festa do deus sol. Era celebrada no dia 25 de dezembro quando, no meio do inverno, o sol voltava a aparecer. A luz vencia as trevas. O sol era invencível. A Igreja deu  um sentido novo a essa festa pagã, pois para nós cristãos o verdadeiro sol invencível é Jesus, o sol que nunca se põe, que não conhece ocaso. Assim nasceu o natal cristão, uma festa pagã que foi cristianizada. Não estaria hoje ocorrendo um processo inverso? A festa cristã do Natal, não estaria gradativamente sendo paganizada? O que fazer para vivermos o verdadeiro, o genuíno sentido do natal? Santificar o Natal participando da Santa Missa, daquele mistério que é o “cume e ápice” da vida cristã. Como entender um católico que diz celebrar o natal do Senhor, mas não o santifica participando da Santa Missa?

Deus vem a nós em forma de criança! “Isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém nascido envolto em faixas deitado numa manjedoura”. Lc. 2,12 Uma criança é a dádiva do alto. O Dom de Deus é uma criança, envolta em faixas e deitada numa manjedoura. Por que uma criança? Um ser que inspira cuidados, que chora, um ser indefeso e dependente?  Porque uma criança? É simples, Ninguém tem medo de uma criança: é como se Deus estivesse nos dizendo: não tenham medo de mim, aproximem-se! É o mistério da pedagogia e da simplicidade de Deus! Na simplicidade e na pobreza de uma estrebaria a luz visita a pobreza! Deus é simples, sendo rico se fez pobre para nos salvar. É o que nos diz o apóstolo Paulo “…Com efeito conheceis a generosidade de nosso Senhor Jesus Cristo, que por causa de vós se fez pobre, embora fosse rico, para vos enriquecer com a sua pobreza” 2Cor. 8, 9

A contemplação do presépio! É um lugar privilegiado para se vislumbrar o mistério da encarnação. Ele traz uma mensagem de simplicidade e de despojamento. Permita-me convidá-los: vamos à Belém de novo, com os pastores! Lá encontraremos o recém nascido, indefeso e pobre, a esperança da humanidade! Lá, seguramente, encontraremos a resposta cabal para nossos anseios, o verdadeiro sentido para nossa vida! Numa criança, numa simples e indefesa criança encontramos a chave que abre o complexo mistério da vida. Permanece uma pergunta: Onde é Belém? Belém hoje é o nosso coração, é a nossa casa! O menino Deus procura um lugar para nascer.

Ainda hoje somos desafiados pelo presépio a ter um estilo de vida mais simples, despojado, baseado no ser e não no ter, a renunciar ao consumismo, ao desperdício, à ostentação, às bebedeiras que roubam de nós o verdadeiro espírito do natal! São Paulo escrevendo à comunidade de Filipos, se referindo aos inimigos da cruz de Cristo, diz que “o deus deles é o estômago”. Fl 3, 19 Quanta coisa ainda rouba e mata o verdadeiro sentido do natal. Muitos sinais de morte querem derrotar a luz do natal: violência, drogas, ambição, contudo, nesta noite afirmamos que o menino-luz-esperança vence as trevas!

Queremos celebrar bem o natal do Senhor! Celebra bem o Natal quem se faz solidário com os pequenos e não só no tempo do Natal, quem perdoa, de coração o seu irmão. Celebra bem o Natal quem entendeu que o personagem principal desta festa é o Deus menino e não papai Noel, símbolo maior do consumismo! Celebra bem o Natal quem não se deixa levar pelo consumismo, pelo desperdício, quem aposta no diálogo como caminho para superação dos conflitos, quem renuncia à mesquinharia, ao revanchismo, a vingança! Celebra bem o Natal quem faz de seu coração um verdadeiro presépio capaz de acolher o menino Deus e canta com e como os anjos naquela noite santa “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade”. Lc. 2, 13 Feliz e Santo Natal a todos!

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