Manifestações populares em perspectiva econômica

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O Brasil vive um momento diferente! Ao mesmo tempo em que nossa economia alcança novas perspectivas no cenário internacional, grande parte da população está indo às ruas reivindicar melhorias na qualidade de vida e na alocação de recursos para áreas que pela Constituição são de necessidades básicas dos cidadãos como educação, saúde e distribuição de renda.

A manifestação popular é a melhor maneira de expor as necessidades diretas da população perante as autoridades, porém quando essas ações tornam-se violentas, elas não ajudam em nada a situação e pelo contrário pode ainda piorá-la.

Estamos vendo nos noticiários todos os dias as manifestações contra a Copa do Mundo de Futebol que a meu ver são válidas, porem não irão trazer benefício algum para a população no momento, isso do ponto de vista econômico. É preocupante pensar que o país irá receber milhares de visitantes no período dos jogos sem que os mesmos estejam protegidos de vândalos e criminosos que na verdade não estão protestando em prol de um país melhor e igualitário, mas sim por vários outros motivos e principalmente político.

Claro que temos muito para protestar, pois o superfaturamento das obras da Copa foi exorbitante, assim como a promessa que essas obras seriam efetuadas com dinheiro privado, o que na verdade não foi realidade. Porém do ponto de vista econômico que é o propósito desta coluna, temo que se essas manifestações tomarem dimensões grandes nos dias do evento causando transtornos tanto para o decorrer do evento quanto para aqueles que virão de fora, nossa economia sentirá um grande impacto após o mundial.

Pense pelo lado do setor turístico: Se um turista vier ao Brasil para a Copa e for bem tratado, gastando seu dinheiro em restaurantes, estádios, visitando outras cidades em dias que não terá jogos para ir, é provável que esse turista se encante com nossas belezas naturais e volte em outros anos para visitar nosso país. Porém se de alguma forma a estadia desse turista for prejudicada, esse aumento da demanda turística que poderá se manter elevada por vários anos após a Copa não será captado.

Como são esperados milhares de turistas no evento, imaginem quanto poderá ser arrecadado só nesse setor. Por outro lado imaginem quanto poderá ser deixado de arrecadar apenas nesse setor caso nossa imagem seja arranhada por essas manifestações.

Em minha opinião a realização da Copa do Mundo acordou o povo para a questão de corrupção existente no país, o que é aceitável porém inusitado, lembrem-se que a roubalheira vem de muito antes desse evento. É só lembrar o episódio do mensalão e de vários outros casos ocorridos no Brasil.

Para mim, não existe aquela utopia de que nunca conseguiremos alcançar o tão sonhado nível de desenvolvimento humano de toda população, temos que acreditar que isso faz parte de um processo evolutivo que só será acelerado se a população também se desenvolver. Só uma grande ruptura nos moldes atuais seria capaz de promover esse desenvolvimento, e não estou falando de uma ditadura militar, longe disso, estou falando que como já tivemos várias outras Constituições apenas uma nova Constituição mais elaborada poderia surtir algum efeito. Um exemplo claro dessa necessidade está na ação da polícia, é fácil criticar os policiais, mas as brechas existentes na Constituição fazem com que criminosos não fiquem presos e esses policiais prendam o mesmo criminoso várias vezes.

Diante o exposto ficam as perguntas: Será que as manifestações vão continuar após a Copa? E já que estamos em ano de eleições, será que o povo irá protestar por uma reforma política do país, pois nos moldes atuais tanto a esquerda quanto a direita parecem seguir uma só direção?

Fabrício Ferreira da Silva

 

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