Ecos da Jornada Mundial da Juventude

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Aconteceu de 23 a 28 de julho, com muito sucesso, mais uma edição da JMJ na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro. O Cristo Redentor nos recebeu de braços abertos! Desejei escrever esse artigo para partilhar as ricas experiências que tive nesses dias. Na semana anterior vivenciamos a Semana Missionária em toda a Diocese de São João Del Rei, com a participação de nossos jovens e dos jovens peregrinos que vieram do estrangeiro. Foi uma oportunidade para alargarmos nossos horizontes e conhecermos outras culturas e línguas, além de perceber como outras nações vivenciam sua fé. Saltou aos meus olhos a firmeza na fé de nossos jovens que verdadeiramente amam a Igreja e procuram ser fiéis a Jesus.

Durante a programação da JMJ percebemos uma inundação de jovens no Rio de Janeiro e; no entanto, não houve nenhuma depredação, não observei nenhum grupo fazendo uso de bebida alcoólica, nem mesmo briga ou desentendimento. Naquele ambiente de diversidade linguística havia comunhão e unidade, afinal existe uma linguagem que é universal: os laços da fé e a linguagem do amor. Outra característica desses jovens é a alegria, de cara limpa estavam cheios de entusiasmo. Vendo o entusiasmo dos jovens, nas ruas, no metrô, mesmo em meio ao desconforto, lembrei-me da raiz grega da palavra entusiasmo: en-théos (cheio de Deus). Quem está cheio de Deus mantém a alegria mesmo em meio ao sacrifício e desconforto. Segundo estatísticas divulgadas após o evento, até a produção de resíduos diminuiu. Apesar da multidão jamais vista em Copacabana o lixo que se produziu foi menor que em outras ocasiões. Isto revela a consciência ambiental de nossos jovens que souberam preservar aquela magnífica arquitetura divina da cidade maravilhosa.

A presença do Papa Francisco foi uma bênção. O Papa, com seu carisma franciscano, apesar de ser um jesuíta, conquistou a todos. A palavra do sucessor de Pedro foi sempre breve e profunda, trazendo unção e encorajamento para nossos jovens. Lembrei-me daquele dito latino: “esto brevis et placebis” – sê breve e agradarás! O Santo Padre soube interagir, prender a atenção e levar a todos à reflexão. Em uma de suas homilias perguntava: quais serão os frutos da JMJ? Esta pergunta continua ecoando em nossos corações. Creio que o principal fruto é o despertar da Igreja que precisa, mais do que nunca, ir às periferias existenciais, sair às ruas, ir ao encontro das pessoas. Diria mais, precisamos investir na juventude que, tantas vezes, é vítima de armadilhas e contra valores apregoados pelo mundo moderno.

O carisma de Francisco cativou a todos, até mesmo os moradores de Copacabana. Durante uma semana ficaram impedidos de ter privacidade, de caminhar pela orla, de ir à praia. Esperava-se revolta, protesto e indignação da parte deles, mas ocorreu o contrário. Na Missa de envio os edifícios estavam cheios de bandeiras brancas e de pessoas participando da Missa nas sacadas. Uma jovem moradora de Copacabana se assentou perto de mim e testemunhou: “não resisti a essa beleza”, sou “uma católica fria”, mas “preciso acordar”. Disse isto com os olhos cheios de lágrimas. Famílias ordenaram que os porteiros abrissem as portas de seus prédios para os peregrinos, a fim de que fizessem uso dos sanitários. Outros moradores sensibilizados com a situação de alguns jovens, que estavam dormindo em bairros distantes, providenciaram acolhida para eles em seus apartamentos. Assim, o céu desceu à terra nesses dias!

Por fim, termino com uma palavra lúcida de Sua Santidade. Diante das chuvas e do frio que impossibilitaram a realização de celebrações no Campus Fidei ele ensinou: Deus permitiu que isso acontecesse para nos mostrar que o verdadeiro campo da fé é o nosso coração, onde a semente da Palavra deve ser semeada, germinar e produzir frutos! Que venha Cracóvia-Polônia em 2016!

Pe. Dirceu de Oliveira Medeiros

 

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